Doze famosos cantam covers usando fantasias e máscaras que os tornam irreconhecíveis. Uma bancada de jurados avalia quem são os melhores e, ao mesmo tempo, interpreta pistas para descobrir quem está por trás de cada máscara. Sim, finalmente chegou ao Brasil o reality show The Masked Singer.
A origem do programa é o King of Mask Singer, da Coreia do Sul, que tem um formato um pouco diferente e mais curto de competição, cujas rodadas duram apenas três episódios. Por lá, já passaram inúmeros idols conhecidos e até o ator Ryan Reynolds.
O programa sul-coreano existe desde 2015, mas foi só a partir de 2019 que a ideia começou a se popularizar em países ocidentais, com o lançamento de versões na Alemanha, Austrália, Bulgária, Estados Unidos, França, Holanda e México. The Masked Singer Brasil segue o mesmo formato delas, comum em reality shows competitivos ocidentais: cada temporada começa com doze participantes, que vão sendo eliminados semanalmente. Quando eliminado, o participante deve também tirar a máscara e revelar sua identidade.
Nessa primeira temporada do The Masked Singer Brasil, os mascarados usaram as seguintes fantasias: Arara, Astronauta, Boi-Bumbá, Brigadeiro, Coqueiro, Dogão, Gata Espelhada, Girassol, Jacaré, Monstro, Onça Pintada e Unicórnio. Eles foram divididos em dois grupos de seis, que ocuparam episódios alternados a cada semana. Um participante foi desmascarado por semana, e os dois grupos se juntaram após a primeira metade ser eliminada.
Durante o episódio, os participantes se enfrentam em duelos onde cada um apresenta um cover à sua escolha e o público escolhe os melhores entre eles. A partir dessa seleção, os jurados decidem o melhor da noite e quem será o eliminado da vez. Mas, entre as apresentações e as votações, os jurados também devem analisar as pistas mostradas pelos participantes e lançar seus palpites sobre quem está por trás de cada máscara.
Na grande final, os últimos quatro mascarados se enfrentam para descobrir o vencedor. À medida que os duelos vão acontecendo, o quarto colocado é desmascarado, depois o terceiro, o segundo e, finalmente, o primeiro.
Não imaginava Ivete Sangalo como apresentadora, mas ela se saiu bem e tem o carisma necessário. Camilla de Lucas, segunda colocada do gigante BBB21, é anfitriã junto com Ivete e também mandou bem para sua estreia. Mas o que brilha mesmo é a bancada de jurados: Taís Araújo, Simone, Rodrigo Lombardi e Eduardo Sterblitch. Seja com as teorias certeiras ou com as mais mirabolantes, que para a audiência claramente passavam longe do alvo. Os jurados convidados, como Gil do Vigor, também mantiveram o alto nível.
O único ponto negativo, ou talvez possa chamar de “um mal necessário”, é o mesmo do Masterchef: a quantidade de propagandas dentro do programa, fora do intervalo comercial. Para fazer alguns desses programas acontecerem, é preciso investimento de patrocinadores, e a divulgação deles ocupa parte do tempo do próprio episódio. Faz parte. Mas sempre cortava um pouco o clima do que estava acontecendo.
Desde o começo da temporada do The Masked Singer Brasil, o público já tinha suas apostas. Particularmente, duas delas: as vozes inconfundíveis e maravilhosas da Girassol e da Unicórnio. E a parte mais interessante do programa é que nem sempre os participantes precisam ser cantores profissionais, conhecidos pelo canto, e muitas vezes são pessoas que não estão em evidência no momento. Esses são os mais desafiadores e divertidos de acompanhar, embora normalmente os que não são cantores profissionais fiquem pouco tempo no jogo.
Aqueles que ficam mais tempo no jogo têm mais chances de se desenvolver, e essa trajetória foi especialmente marcante no caso da Gata Espelhada e da Arara. Incluiria também o Monstro na lista, mas ele já conquistou o coração dos jurados desde o começo — e foi meu favorito da temporada, junto com a Gata Espelhada. Lá para a metade, quando os dois grupos se juntam, começa a ficar até difícil escolher quem foram os melhores da vez, pois o nível da competição fica altíssimo. Mas a final não podia ser outra, nem a vitória, que já parecia ser de uma certa personagem desde o começo.
Embora tenha sido a constatação final de que eu preciso me informar mais sobre os artistas do meu próprio país, porque conhecia pouco mais da metade dos palpites dos jurados, The Masked Singer Brasil foi uma grata surpresa. O formato, os participantes, a bancada de jurados-detetives, as apresentadoras, tudo funcionou bem e foi muito divertido de acompanhar. Agora, que venha a segunda temporada, já confirmada para o início de 2022. Mal posso esperar para ver quem serão os próximos mascarados.
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