“Quanto menos souber sobre Andrea Killmore, menos riscos vai correr. Amiga íntima do perigo, a nova autora da DarkSide Books é uma revelação que não pode se identificar, e seu verdadeiro nome continua um mistério até para a editora. Em outra vida ela foi alguém importante dentro da polícia. Após trabalhar infiltrada em um caso e sofrer uma grande perda pessoal, a autora se viu obrigada a assumir uma nova identidade. E, com ela, uma nova vocação. Escondida nas sombras, buscou na literatura a saída para vencer a depressão e não calar sua voz. Assim nasceu Andrea Killmore, pseudônimo batizado com sangue.”
A autora Andrea Killmore fez sua estreia com a trama policial Bom dia, Veronica. Um livro cheio de surpresas e reviravoltas. A sensação que você está ali observando cada detalhe que acontece é constante, tão intensa que, por vezes, até deseja-se estar um pouco distante. Mas, assim como os crimes cometidos, a narrativa do livro é visceral e não permite que você se afaste, nem no pior dos capítulos.
“Naquela segunda-feira em que começou o fim da minha vida, ela foi a primeira pessoa a me dar realmente “bom-dia.”
Verônica Torres (Verô) é secretária do delegado Carvana do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), mãe de um casal e casada há anos. Sua vida entediante muda completamente quando uma vítima se suicida em sua frente pulando do 11° andar do prédio – onde ficava o DHPP. Com a repercussão que o caso teve na mídia, Verô recebe um telefonema de Janet, uma esposa receosa dizendo que seu marido irá matá-la e afirmando que ele gosta de matar mulheres. Desacreditada com a investigação do departamento, decide agir por conta própria e investiga ambos os casos, esses a colocam diante do lado mais sombrio do homem, em um mundo perverso e irreal.
“Mulher é que nem índio, se pinta para a guerra que enfrenta todo dia.”
Já no primeiro capítulo o livro faz com que o leitor mergulhe por completo em sua realidade e a empatia com Verô é quase que imediata. O clima de tensão se mantém ao longo da história – beira o masoquismo acompanhá-la desvendando os casos. As características da personagem ao longo da trama se mostram tão usuais que qualquer mulher poderia se encaixar em partes de Verônica – ela é real, gosta de assistir Netflix, tomar sorvete napolitano e ser paquerada. Mas não só de uma protagonista genuína o livro se permeia. Cada personagem tem qualidades, defeitos, fraquezas, incertezas, erram, acertam e tem histórias que podem não justificar, mas explicam algumas de suas ações.
“O ser humano é podre e egoísta, prefere o problema que já conhece a enfrentar o desconhecido com honra.”
Bom dia, Verônica é um romance policial/suspense, mas em alguns capítulos chega muito próximo do terror. Sem sombra de dúvidas, o que faz esse livro fisgar o leitor é saber o quão real aquela história pode ser. São as características ordinárias que fazem a história simplesmente verossímil – é o atraso no trânsito de São Paulo, as mensagens de Whatsapp, as compras no supermercado, são os casos amorosos. Qualquer um poderia ser Verônica e qualquer um poderia ser a vítima.
“A verdadeira vantagem de ser invisível não é minimizar os danos, mas jogar o jogo da vida com as próprias regras.”
Ainda não conhecia o gênero. O mais próximo que tinha lido foram histórias de terror, e devo admitir que Andrea Killmore me fez apaixonar por romances policiais. A forma como todo o livro é construído, prendendo o leitor até mesmo nos momentos mais simples é impressionante. Em alguns capítulos precisei de uma breve pausa – não porque eram ruins, pelo contrário, eram muito bons, tão bons que me fizeram precisar de um tempo para digerir tudo que estava acontecendo. Não tenho nada a reclamar. Sem sombra de dúvidas, a escritora me ganhou e espero ansiosa por uma continuação.
“Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” Mateus, 6:3
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