Em sua missão de nos mostrar a trajetória de Jim Gordon em seu início na polícia da cidade e a transformação de Bruce Wayne em Batman, Gotham encerra sua quarta temporada.
[spoilers da temporada abaixo]
A temporada abre com o Pinguim estabelecendo uma “autorização” para que gangues possam cometer seus crimes sem serem incomodados pela polícia. Para pôr fim a isso, Gordon recorre ao mafioso Falcone para ajudá-lo. Ele se nega, então a filha dele decide ajudar o policial.
Nessa primeira parte, a série segue um ritmo legal e consegue prender a atenção do espectador, porém a narrativa inicial não tem um bom desfecho, sendo simplesmente esquecida para dar lugar a uma trama sem muito sentido e apressada para apresentar a qualquer custo o personagem que viria ser o verdadeiro Coringa. No meio disso tudo, nos é apresentada uma narrativa “filler” da Dra. Thompkins e Nygma comandando o bairro do Narrows, com o Nygma em sua luta constante com seu alter ego, o Charada.
Até o mid season finale a trama segue uma linha coerente, com uma boa história a ser contada. Porém, na segunda metade, várias coisas começam a se misturar, dando a impressão de estarem sendo inseridas apenas para apressar a chegada da série ao seu objetivo, que é deixar os personagens a postos para a iminente chegada do Batman.
A temporada perde a oportunidade de tirar da trama uma personagem que não diz a que veio, apenas está ali para, achando que está em vias de ter algum poder na cidade, ser um recurso para os planos dos verdadeiros antagonistas da série, que é a Bárbara. A personagem é tão vazia que a trazem de volta dos mortos e dão uma narrativa sem pé nem cabeça a ela só para encher linguiça e dar uma justificativa para ainda estar na série.
Visando a mostrar, paralelamente ao Gordon, o caminho de Bruce até se tornar o Batman, a série consegue, ainda que com algumas falhas, mostrar bem como ele aprende as artes marciais, com o auxílio da Liga das Sombras, e seu crescente desejo de tomar Gotham para si e protegê-la. Algo que poderia ser mais explorado, mas é apenas mostrado no início da temporada.
A história tropeça em sua segunda metade, entre outras coisas já mencionadas, na tentativa de introduzir, em prol do fan service, a origem do Coringa. Esse fan service fica ainda mais forçado quando utilizam o mesmo ator, Cameron Monaghan, para interpretar o personagem que viria a se tornar o palhaço louco, que não é o Jerome, e o apresentam de uma maneira bem aleatória, com o novo personagem surgindo do nada. Aqui fica evidente que os produtores não tinham a intenção de apresentar o grande vilão do Batman nessa série, deixando o Jerome apenas como um ideal perseguido pelos loucos da cidade, com o criminoso surgindo dentre eles. Mas, com o sucesso da interpretação de Monaghan, decidem usá-lo para realmente interpretar esse personagem icônico.
Ao ser confirmado que haverá uma quinta e última temporada, fica explicado o porquê de tantos elementos serem introduzidos às pressas e de algumas tramas serem resolvidas rapidamente. A nova temporada deve contar com um salto temporal, provavelmente, já caracterizando os personagens na forma que são conhecidos, além de finalmente mostrar o Cavaleiro das Trevas.
Gotham é mais uma série que caminha para seu fim e nos deixa com aquele sentimento de “poderia ter sido melhor”. Agora nos resta esperar a nova temporada e torcer para que seu series finale fique à altura desse que é considerado um dos melhores heróis de todos os tempos.
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