Em época de clocks altos, bons dissipadores de calor, cache imenso, muitos núcleos e tantas quantas tecnologias se pode imaginar, você sabe o que está levando para casa?
A velocidade do processador não fala muita coisa já que tivemos diversas revisões na forma com que processadores são construídos permitindo que menores clocks efetuem ações de fora mais efetivas. Agora, se falamos de uma mesma arquitetura, aí a velocidade do processador fala sim. Exemplo: se você vai comprar um i7 de 8ª geração, pode comparar os clocks com os outros produtos da Intel deste mesmo socket (desenho de processador) para ver qual será o mais rápido. Na AMD, os Ryzen também contam com a mesma proposta, mudando o valor de seus produtos e qualidade deles pelo clock que alcançam e, assim, colocando os produtos em patamares mais “premium”. Devido ao atual patamar e eficiência das nossas CPUs, é interessante salientar que, mesmo um processador top de gama como o i7 8700k com 8 núcleos e 16 threads, ele possui o maior clock por núcleo da linha para PCs domésticos da Intel assim como o Ryzen 1800x na AMD. Isso já foi um desafio no passado já que mais núcleos significam mais calor sendo emitido. Então sabemos que só podemos ter uma comparação de clocks entre uma mesma família de processadores com mesmo socket.
Supondo que podemos escolher processadores com as melhores velocidades, o que podemos agora observar em nossos processadores?
Temperatura
Muitos processadores aquecem muito e por isso eles mesmos bloqueiam seu potencial total, então não pense que, ao comprar o seu processador, você está levando um bom cooler para casa. E jamais se esqueça que os testes que você verá estressando o modelo de processador que você comprou muitas vezes estão em lugares com temperatura ambiente controlada e, muitas vezes, essas CPUs nem entram em gabinetes, esses que nem sempre são bem ventilados (e escolhidos) pelo usuário comum e só pioram o aquecimento do processador. O ideal é você colocar o processador sobre stress através de algum programa como aida64 dentro da sua casa no horário mais quente e deixar por 3 horas e ver o pico de temperatura. Em tese, se não passar dos 80 graus está sobre uma temperatura aceitável e, abaixo dos 60 graus, o ideal. Nunca esqueça de ver até que temperatura a fabricante indica que seu processador pode funcionar, mas não ache que a temperatura não pode melhorar. Você pode comprar coolers a ar e collers a água melhores a preços interessantes.
Núcleos
Depois dos celulares, agora a fase de milhões de núcleos nos processadores de PC se tornaram moda e não por acaso, afinal dividir as tarefas torna tudo mais fácil, certo? Não necessariamente. Imagine misturar cores na tela ao jogar, onde as cores não são de forma linear, com explosões, gravidade e o seu mouse com reações inusitadas, nesse caso nem sempre ter mais núcleos melhora a performance, pelo contrário, piora, pois o resultado que se precisa para formar uma cena e que já teve seu cálculo executado no 1º processador e a parte do cálculo que foi enviada para o processador 8 ainda está chegando, se já chegou, ainda pode estar sendo processado e, se já foi processado, pode ainda ser enviado, ou seja, todos esses tempos precisam estar extremamente afinados para valer a pena ter vários núcleos. Uma clara demonstração disso acontece nos processadores da AMD, os Ryzen. Enquanto o processador Intel i7 8700K leva na maioria das vezes, no máximo, metade do tempo para entregar o resultado do 1º núcleo ao 16, o Ryzen 1800x pode passar de 90% do tempo em que a informação chegou do primeiro núcleo ao 16 e isso mostra porque muitas vezes vemos os processadores Intel a 100% nos jogos, enquanto os AMD estão a 80%, ou seja, o AMD não conseguiu entregar o mesmo número de dados numa eficiência afinada a tempo de uma execução plena de dados e, com isso, extraindo menos fps que os da Intel. Trazendo a discussão importante da latência interna entre núcleos de processadores, mostrando que, além de maior performance por núcleo que a Intel detém, ela também possui uma vantagem maior se tratando de latência interna de processador. Isso mostra que, diferente de teste de performance que separam as informações de forma que os processadores otimizem, sua utilização não corresponde com a realidade dos softwares que exigem cálculos não lineares.
IPC
A capacidade de fazer cálculos de forma mais rápida traz um melhor IPC, ou seja, o IPC é a capacidade de realizar cálculos por núcleo. Quanto mais rápido e eficaz é o IPC, mais rápida é a capacidade da CPU realizar seus cálculos por núcleo .
Hoje os IPCs dos processadores são muito bons e divididos em diversas categorias. Falando no que cada empresa pode entregar de melhor, o processador com melhor IPC é o Intel 8700k. Do lado da AMD temos o 2700x e, na arquitetura móvel, temos o chip da Apple. Enquanto no mundo dos processadores de computador a Intel vence de forma isolada, a Apple também ganha de forma bastante isolada no mundo mobile.
Latência de memória
A memória RAM vem ganhando uma nova conotação nessa nova época da informática. Enquanto antes tínhamos a convicção que mais memória era bem melhor que a velocidade dela, hoje já não podemos afirmar isso. Como a memória depende de sua frequência para se comunicar com o processador e os nanossegundos estão ficando cada vez mais preciosos, a velocidade da memória muda completamente a forma como o computador troca informação com o processador. Não pense que é só no mundo do PC que isso fica escancarado! No mundo dos smartphones, o tipo de memória RAM que você usa e sua velocidade mostram a categoria do seu smartphone.
A Intel tem o melhor tempo de latência (tempo no qual o processador e a memória RAM trocam informações). Devido a inúmeras e sucessivas revisões de arquitetura, a Intel realmente, desde o skylake, tem diminuído, e muito, o tempo de latência de seus processadores e hoje detém o melhor tempo nesse quesito. Já a AMD ainda luta para conseguir um bom desempenho de latência, o que acaba por reduzir fps em jogos.
Hoje, com essa necessidade de troca de informação em quantidade de dados nunca antes vistas, quanto maior a frequência da memória maior a capacidade de performance em jogos de FPS. Então se você tem memórias mais antigas, saiba que hoje elas são um gargalo para a melhor performance do seu processador, porém, se você é um usuário normal, siga a orientação de frequência que seu processador indica. Vale a pena lembrar que, se você usar duas memórias com latências diferentes, a que tem a maior é a que vai se tornar padrão, mas, se você tem duas memórias com velocidades diferentes, a velocidade da menor é que vai se tornar a velocidade de operação.
Consumo de energia
A eficiência energética vem mudando a forma que lidamos com nossos eletrônicos. Os processadores dentro das nossas TVs, dos nossos smartphones, dentro dos nossos carros, entre outros, estão cada vez mais poderosos e estão gastando muito pouca energia, tão pouca que nem precisam de dissipadores ativos como nossos coolers a ar.
Apesar de estar longe das promessas dos CEOs das empresas de processadores ARM, que garantem cada vez mais autonomia de 30%, os processadores realmente estão mais autônomos e permitem uma longevidade fora da tomada muito grande e suas temperaturas mudaram a forma como lidamos com smartphones. Até pouco tempo era um desafio ficar com o celular na mão enquanto ele carregava ou, até mesmo em tarefas mais exigentes, sentíamos o aparelho pegando fogo. Hoje os tops de linha são altamente confortáveis termicamente.
Na arquitetura x86, a Intel tem na maioria de seus processadores uma ótima eficiência (identificado com TDP) energética, porém suas variantes K do i7 estão ficando cada vez mais ‘’esquentadinhas’ e, mesmo com watercooler, vem sendo difícil domar esse processador. Nos AMD, os Ryzen vieram com uma eficiência energética em um nível nunca vista nessa marca. O próprio cooler que vem no processador vem sendo mais que suficiente para garantir excelentes temperaturas, com exceção da linha X dos novos processadores da linha Ryzen, no qual a eficiência é apenas aceitável, sendo recomendado trocar o cooler, diferente da linha K da Intel que não traz um cooler junto com a CPU.
Aqui a nossa dica é sempre você olhar o TDP que o processador tem. Ele mostra a capacidade do seu CPU dissipar calor e, com isso, gastar mais ou menos energia. Se você não vai realizar overclock, não há necessidade de comprar processadores K ou X, pois, além de consumirem geralmente o dobro de energia, para você utilizar todo o poder do processador você teria que colocar um bom dissipador a água (watercooler) e ter uma fonte que suportasse a modificação que você faria na sua CPU. E, se você é um usuário que quer sempre o melhor que cada empresa pode oferecer, lembre-se de que tanto a AMD quanto a Intel lançam a mesma versão do seu processador com K ou X, como i7 8700k e i8700 e AMD 2700x e 2700 que gastam metade da energia e aquecem bem menos que suas versões mais “parrudas”.
Overclock
A capacidade de elevar o clock do processador está cada vez mais acessível. Na Intel temos i3 com essa capacidade, i5 e i7 no lineup para consumidor comum! Mostrando que, além de facilidade de fazer o overclock em si, os consumidores estão dispostos a gastar mais por essa função. Na AMD todos os processadores Ryzen são “overclockaveis”. A única questão que fica é que, numa época em que os processadores estão tão eficientes e capazes de rodar qualquer coisa, se vale a pena gastar tempo e energia num overclock além de dinheiro numa plataforma que suporte essas funções.
Quando se pensa em overclock, não apenas devemos pensar no processador, mas no sistema como um todo, pois a placa-mãe precisa permitir que você mexa nas configurações avançadas e dar suporte energético ao processador. Você precisa de memórias que tragam velocidade pra fazer valer a pena o overclock, de uma fonte que aguente toda energia que você pretende puxar, precisa de um ótimo dissipador de calor para que o processador não queime e chegue a clocks estáveis, um gabinete bem arejado, entre outros. Isso elucida que um bom overclock não é apenas uma questão de processador, a não ser que seu objetivo seja apenas bater recorde, senão não tem o menor sentido poupar investimentos.
Latência de memória cache
A memória cache é a memória do próprio processador, é a que ele busca informação antes da memória RAM e isso afeta e muito a velocidade com que seu processador lida com situações.
Muitas pessoas acham que ter uma memória cache maior aumenta a velocidade do processador já que ele fica menos dependente da memória RAM para buscar a informação, mas isso não é uma verdade. A primeira questão é que, quanto maior o cache, maior o tempo de para ir e vir no percurso da busca da informação pela própria memória cache. A segunda é que a forma como se dividem as informações, os famosos l1,l2,l3, é diferente, fazendo com que essa informação seja trabalhada de maneira específica e, além de tudo, o tipo de memória cache que o seu próprio material aumenta ou não sua performance. Hoje os processadores da Intel tem menos cache que os da AMD, porém eles acessam a memória cache com mais velocidade.
A memória cache é a primeira memória na qual o processador busca informação, depois ele vai atrás das informações da memória RAM e, essa não tendo tudo que ele precisa, ele vai direto no HD pegar a informação, o que pode gargalar seu sistema, pois as memórias cache têm uma velocidade muito superior às memórias RAM que, por sua vez são infinitamente superiores ao HD.
As memórias cache também trocam informações entre si, então é necessário saber bem para que você está montando um computador, pois esse ‘excesso’ de cache pode até diminuir o desempenho na comunicação entre si para algumas aplicações e também é algo que depende bastante da velocidade da memória RAM. Um exemplo disso, o 2700x (octacore) da AMD, apesar de ser uma CPU mais rápida que a 2600x (hexacore), perde em games, pois sua latência interna acaba sendo maior apesar de ter mais cache e seus atributos, como mais clocks e threads, acabam não sendo tão importantes para jogos, fazendo com que uma CPU com menos cache e mais simples como a 2600x tenha desempenho superior na aplicação jogos.
Threads
Cada vez mais é comum ouvirmos falar de threads e nos benefícios que eles trazem à performance do sistema como um todo. A Intel chama os dela de HT e a AMD de SMT .
Basicamente, os threads permitem que um único núcleo de processador possa executar duas linhas de comando da aplicação em execução, aumentando o tempo final de resposta do processador. Então, se um único núcleo consegue lidar com duas instruções diferentes de forma básica, dizemos que ele tem um núcleo e dois threads.
A tecnologia de cada empresa é única apesar de muitas semelhanças entre si, mas, atualmente, a tecnologia Ht da Intel tem se mostrado melhor aproveitada pelas empresas, o que alguns usuários da AMD comprovaram na prática mostrando que, quando desligando o SMT e deixando apenas o núcleo real do processador, os jogadores conseguiam melhor desempenho em jogos, porém isso não é verdade em relação a atividades no sistema como um todo.
De forma básica, quanto mais threads maior o aumento de produção, principalmente quando todos assistimos à imensa quantidade de processadores domésticos que estão vindo com muitos núcleos, mas quem define o desempenho real do processador é a quantidade de núcleos, sendo os threads otimizadores de performance dele e, claro, um processador com seu núcleo e seus dois threads liberados consegue ser mais eficiente nas operações, com a ressalva em alguns jogos para processadores AMD. E de nada adianta ter muitos threads e núcleos se o IPC do seu processador não é bom, pois um núcleo não dá conta da informação que passa para outro que passa para outro e a informação nunca é executada com excelência.
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