Originalmente lançado em 2005, Guerra do Velho é o primeiro livro de uma hexalogia do autor de ficção científica John Scalzi, ganhador dos prêmios Hugo e Locus. O primeiro volume chegou ao Brasil em 2016, publicado pela Editora Aleph. A história nos apresenta uma guerra espacial travada contra alienígenas por um exército de humanos com mais de 75 anos. Será que funciona?
A trama se passa em uma época na qual a humanidade começou a colonizar outros planetas e precisa brigar por território contra outras raças alienígenas para que possa se estabelecer na galáxia. Nesse combate, são recrutados idosos a partir dos 75 anos, que abandonam suas vidas na Terra para entrar nas Forças Coloniais de Defesa (FCD).
É esse o contexto em que somos apresentados a John Perry, um publicitário aposentado que, com 75 anos de idade, se vê sem muita perspectiva, pois sua esposa faleceu e seu filho está casado, tocando sua vida mais distante. Ele acaba enxergando nas FCD uma oportunidade de dar ânimo à sua vida e passar por uma experiência diferenciada. Diante disso, ele se alista e é enviado para a base das FCD no espaço, onde a história começa.
O autor consegue nos imergir no universo que está sendo desenvolvido na obra, e é muito interessante acompanhar John aprendendo aos poucos sobre onde ele está se metendo. Nessa nova fase de sua vida, são criadas diversas relações de amizade com seus colegas recrutas. Por meio dos diálogos entre eles, somos levados a nos questionar se realmente estamos vivendo ao máximo, aproveitando cada momento e valorizando as pessoas que amamos do jeito que merecem, de modo que seja possível chegar aos 75 anos sem remorsos ou arrependimentos.
Porém, ao mesmo tempo em que o livro tem um ritmo bastante ágil enquanto mostra as aventuras de John nos combates, ele é lento no desenvolvimento da história por trás de toda essa cruzada espacial. Em um capítulo John está treinando, no outro ele já passou por vários combates, e em cada capítulo seguinte é apresentada uma missão nova, parecendo episódios de uma série procedural. A história condutora da saga começa a se desenvolver apenas nos últimos capítulos.
Essa demora me fez sentir falta de um ritmo crescente, com um melhor desenvolvimento dos três atos até chegar ao grande clímax, deixando um gancho para o próximo volume da saga. A cada capítulo, eu esperava ser apresentado a uma grande trama, porém as páginas vão passando e o livro simplesmente acaba, sem um fechamento ou um gancho muito forte. Adquiri, recentemente, os dois livros subsequentes, que já foram publicados pela Aleph (As Brigadas Fantasma e A Última Colônia). Veremos se a história se desenvolve melhor nas continuações. Se ainda não leu Guerra do Velho, recomendo bastante a leitura. Ele sempre está em promoção na Amazon, que foi onde garanti a minha cópia.
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