A Netflix possui em seu catálogo muitas produções acima da média, mas existe uma em particular que, mesmo sem merecer, passa despercebida por muitas pessoas: Ozark.
Essa é uma série bem ao estilo Breaking Bad, com o chefe da família se envolvendo com o crime e trazendo consequências terríveis para as pessoas em volta. Porém, me arrisco a dizer que Ozark é ainda melhor. Enquanto a primeira segue um passo mais lento, aqui é bem diferente. Todos os episódios são cheios de tensão e a sensação de que ninguém está seguro é uma constante em todos os minutos. O puxer Russo já falou um pouco sobre a série aqui no Puxadinho Geek e, nesse texto, falarei sobre a terceira temporada que chegou ao serviço de streaming em 27 de março deste ano.
No fim do segundo ano da série, parece que as coisas vão começar a caminhar mais tranquilas para os Byrde com a abertura do cassino, que facilitaria o esquema de lavagem de dinheiro e a possibilidade de sair do esquema e voltar a ter uma vida normal parecia bem real. Porém, é só o início dos verdadeiros problemas e essa família se verá enterrada cada vez mais fundo no cartel mexicano. Não só vão ter que lidar com o FBI fechando mais ainda o cerco, principalmente por uma atitude mal calculada de Wendy, como também terão que lidar com o irmão dela que é bipolar e chega ao lago de Ozark foragido da polícia por agressão.
É bastante notável a evolução dos personagens nesta temporada. Charlotte, que ainda tinha problemas em aceitar a vida de crimes da família, agora se vê mais conformada e transforma a revolta em força para suportar tudo e proteger o seu irmão. Wendy mantém sua evolução como personagem, mostrando seu valor e sendo bastante decisiva nos planos da família. Mas aos poucos ela vai aprendendo que nem tudo está sob controle e, às vezes, é necessário recuar e avançar com cautela, pois uma simples falha pode pôr tudo a perder e ela vai aprender isso da pior forma possível.
Marty, por sua vez, mantém uma constante com uma evolução mais discreta. Ele continua metódico em seus esquemas, apenas querendo manter as coisas como estão, sem piorar nem melhorar. Mas situações acontecem nas quais ele precisa mostrar sua força e o quão longe pode ir para proteger a si e a sua família. Não só segue o fluxo e deixa as coisas acontecerem, mas toma as rédeas da situação e bota cada um em seu devido lugar.
Jonah, porém, na temporada anterior, parecia que ia se mostrar mais útil para ajudar no negócio da família, mas parece que os papeis se invertem entre ele e a irmã. Agora ele que se revolta com aquela realidade e quer que tudo acabe e eles vão embora de Ozark, enquanto sua irmã está mais pé no chão e com uma compreensão melhor da situação. Outro problema com o personagem é que o deixaram mais apagado e resumiram seu arco a tentar impressionar a nova garota que chegou na cidade.
Nem preciso falar que a personagem da Ruth continua incrível. Ao mesmo tempo que ela é durona e não se abala com qualquer coisa nem leva desaforo para casa, ela também tem seus momentos de fragilidade. Ainda que passe pelas situações mais adversas, ela se mantém fiel aos Byrde. Mas essa fidelidade não é tão incondicional assim e talvez Marty e Wendy tenham mais um problema com que se preocupar na próxima temporada.
Uma boa surpresa foi a personagem da Helen Pierce. Em sua aparição no segundo ano da série, ela se mostrou ser uma pessoa sem sentimentos que apenas segue as ordens do seu cliente. Humanizaram mais a personagem e vemos que ela tem os mesmos problemas que qualquer um. Somos apresentados a uma pessoa que está separada do marido e brigando na justiça pela guarda dos filhos que, claramente, ela ama muito. Ela não é simplesmente um monstro frio, mas alguém que consegue separar o pessoal do profissional e fazer o que precisa ser feito.
Deixo também uma menção honrosa ao ator Tom Pelphrey, melhor ator da temporada. Ele interpreta o irmão bipolar de Wendy e dá um show de atuação. Realmente imergimos no seu personagem e sentimos toda dor que ele passa por não conseguir controlar seus impulsos. É difícil acreditar que é o mesmo que interpretou Ward Meachum em Punho de Ferro. A sensação que fica é que a série da Marvel desperdiçou um grande ator numa série mediana.
Ozark encerra sua temporada com um gancho de literalmente explodir cabeças e a espera pelo quarto ano será bem difícil. Se já estava difícil para os Byrde saírem da lama que estavam se afundando, a última cena nos mostra que eles estão chegando num ponto sem volta, onde a única saída dessa situação talvez seja a morte nas mãos do cartel. Se você acompanha essa série, mas ainda não viu a nova temporada, corre agora para maratonar na Netflix. Os episódios vão passando tão rápido e fluindo tão bem que eu mal percebi quando cheguei ao último episódio.
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