Primeiramente, se ainda não assistiu à segunda temporada de Titãs, assista antes de ler o texto, pois pode conter spoilers.
Dado o aviso, essa temporada de Titãs se inicia do ponto exato onde a anterior terminou e, sinceramente, quebrou com muitas expectativas em relação à trama de Ravena e ao retorno de Trigon. Deixar para encerrar o arco desses personagens na segunda temporada, nos fez pensar que este seria mais bem trabalhado, e não seria finalizado com soluções empurradas “goela abaixo”. Infelizmente, não aconteceu dessa forma, de modo que a produção acabou desperdiçando um grande vilão.
Entretanto, isso tudo ocorreu apenas no primeiro episódio, propiciando mais oportunidades para a série acertar e/ou errar ao longo da temporada. O primeiro acerto foi a apresentação dos antigos “Titãs” e das razões pelas quais eles se separaram. Além disso, houve a inserção do Exterminador, vilão clássico da saga, cujas características foram bem retratadas, especialmente o seu traje, que ficou muito bem-feito. Por sinal, um dos pontos fortes da série é o cuidado com o figurino dos personagens, sempre buscando manter a fidelidade ao material original, com algumas exceções.
Porém, nem só de coisas boas foi recheada a temporada, aliás, “recheada” é, justamente, o que ela foi, tanto de personagens como de tramas. Ao trazer novos personagens e suas respectivas tramas a cada episódio lançado, a história tornou-se tão inchada, que foi difícil engolir tantas resoluções apenas no último episódio. No fim, deu a impressão de que os roteiristas criaram uma história para ser contada em 22 episódios e descobriram, no 11º, que faltavam apenas 2 para o final, precisando amarrar, às pressas, todas as pontas soltas. Esses, provavelmente, foram os motivos pelos quais não conseguiram, de fato, encerrar todos os arcos apresentados.
Um desses personagens é o Superboy, uma das melhores novidades do seriado, mas que em meio a tantas coisas a serem desenvolvidas, poderia ter sido inserido posteriormente, numa terceira ou quarta temporada, em que o vilão fosse o Cadmus. Assim, sobraria mais tempo para melhor trabalhar personagens como Ravena, Estelar e o próprio Dick – finalmente assumindo o manto de Asa Noturna, após uma longa espera.
A origem do Asa Noturna, por sua vez, apesar de diferente daquela mostrada nos quadrinhos, permanece interessante, mesmo sendo clichê a história do herói que se isola por um tempo para voltar “arrebentando a boca do balão”. Além disso, Dick termina a temporada como um fugitivo da prisão, mas ninguém aparenta se importar. No entanto, isso é algo que ainda pode ser explicado no decorrer da série.
Essa temporada de Titãs teve seus momentos bons, cenas bem coreografadas e personagens interessantes, mas poderia ter sido melhor ou, pelo menos, ter evitado cometer os mesmos erros da anterior. A terceira temporada terá de correr atrás do prejuízo, para resolver os problemas da segunda e manter a série interessante, antes que se torne apenas mais uma série de super-heróis.
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