Tendo de crescer sem a figura de seus pais e de forma humilde, o jovem Tolkien (Nicholas Hoult) encontra na linguagem o seu refúgio. Durante a sua jornada, ele encontra a jovem Edith (Lily Collins) e faz alguns amigos que, mesmo sem saberem, o influenciaram a criar todo o universo de “O Senhor dos Anéis”, se tornando um dos maiores escritores da ficção fantástica do século XX.
“Tolkien”, dirigido por Karukoski, conta essencialmente uma história sobre amizade e todos os relacionamentos pessoais do célebre escritor, tendo como pano de fundo a criação de tudo o que constitui a criação da Terra Média.
É importante ressaltar que é mais interessante assistir ao longa livre de expectativas de ver muito sobre qualquer personagem fantástico, pois, caso contrário, sua experiência pode ser bastante cansativa. Entretanto, isso não quer dizer que não há referências ao universo criado pelo escritor, na verdade há muitas durante todo o filme, sejam elas relacionadas ao “O Hobbit” ou à “Sociedade do Anel” mas nada que segure a atenção por tanto tempo.
Porém, acredito que o grande mérito do filme se encontra nas sutilezas que ele traz, como o significado do Helheimr para o grupo de amigos de Tolkien, que preferiam viver uma vida pacífica e com liberdade para expressar a sua arte do que morrer em combate. O que é ainda mais visível no momento que é anunciada a participação da Inglaterra na 1ª Guerra Mundial e o professor de Tolkien prefere voltar as suas atenções para o trabalho de seu aluno.
As atuações foram boas e em certos momentos conseguiram realmente imergir o público na cena, como na conversa entre o protagonista e a mãe de Geoffrey. Já os efeitos foram bem feitos e os produtores não erraram a mão ao fazer certas alegorias entre a guerra e os cenários da Terra Média.
O longa deixou bem clara a influência dos acontecimentos da vida de Tolkien nas suas obras, mas certos aspectos foram omitidos ou nem tiveram a oportunidade de aparecer, como a sua amizade com C. S. Lewis (autor de “As Crônicas de Nárnia”), por exemplo.
“Tolkien” não é um filme sobre as obras do autor, mas sobre como elas podem ter surgido e se apoia muito nisso. Caso busque conhecer melhor o início da vida do escritor, o longa pode ser uma boa opção, embora seja bastante romantizado. Apesar do seu tempo de duração, o longa se encerra como se estivesse incompleto, o que leva o público a pensar se haveria uma continuação, que retrataria o autor em plena atividade que, a depender das críticas e do faturamento, pode ser tão difícil de acontecer quanto a chegada de Frodo a Mordor.
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