Após muitas expectativas, finalmente, em maio de 2023, foi lançada a adaptação para live action de A Pequena Sereia (The Little Mermaid). Antes mesmo de ir às telonas, a obra já causou movimento entre os “críticos”, devido à escolha da atriz para interpretar a Ariel. Mas, apesar de alguns detalhes, o filme foi encantador (é a palavra do momento para definir esse filme). Já estou esperando sair na Disney+.
A refilmagem de A Pequena Sereia é dirigida por Rob Marshall, de O Retorno de Mary Poppins e Piratas do Caribe de 2011. Muito antes de seu lançamento, a Disney criou muitas expectativas lançando o primeiro trailer no Oscar e chocou o público ao escolher uma atriz negra para interpretar a Ariel, causando grandes polêmicas e o pré-julgamento de que seria um filme ruim. Para a decepção desse pessoal, o remake foi ótimo.
Ariel (Halle Bailey) é uma sereia, filha do Rei Tritão (Javier Bardem). Diferente de suas irmãs, ela tem um profundo interesse pelo mundo humano e tem o sonho de viver entre eles. Para completar, ela se apaixona por Eric (Jonah Hauer-King), um humano. Isso não agrada o rei, que a proíbe de ir à superfície. Infeliz e desesperada, ela cai nas garras de Úrsula (Melissa McCarthy), a bruxa do mar, que faz um feitiço para que Ariel se torne humana. Em troca, ela precisa de um beijo de amor verdadeiro do príncipe em três dias, caso contrário, sua vida pertencerá à bruxa.
Sim, a história é exatamente a mesma e tudo ocorre exatamente como na animação de 1989, com a mesma sequência de acontecimentos em um roteiro bem fraquinho. Nós já sabemos o que esperar. Mas isso não significa que foi ruim. Na verdade, o conforto dos remakes tem notório sucesso. Não há surpresas ou inovação, só queremos ver como ficou a produção em si, em termos de tecnologia e imagem. E A Pequena Sereia ficou super fofo e envolvente.
A produção do live action dedicou mais tempo à construção dos personagens e trouxe novas músicas, o que deixou o filme um pouco mais longo e, em alguns momentos, cansativo. Mas esses momentos foram muito importantes para o aprimoramento da produção em relação à animação. Houve uma exploração muito maior do cotidiano de Ariel e de seu genuíno interesse pelo mundo humano, mudando a ideia do filme original de que ela estava fazendo tudo apenas por um rapaz que acabara de conhecer. O Príncipe Eric também ganhou personalidade própria, com seus sonhos de explorar os mares e o mundo. Inclusive, ele ganhou seu próprio momento musical, com a música “No fundo dessas águas” (Wild Uncharted Waters), que não encantou muito. Mas valeu o esforço.
Falando em música, Halle Bailey tem uma grande potência vocal e deixa bem claro que ela é sim a verdadeira Ariel. A música “Parte do seu mundo” (Part of Your World), que já era boa, na voz da atriz ficou ainda melhor. O mesmo ocorre com a música do Sebastião, “Aqui no mar” (Under the Sea), que trouxe um momento bem divertido para o filme. E essa qualidade musical não é surpresa, já que teve como criador Alan Menken, compositor da obra original de 1989, juntamente com Lin-Manuel Miranda, responsável pelas músicas de Moana. São as mesmas músicas, mas com mais vida. Como sou fã de musicais, minha opinião é bem tendenciosa.
Os seres marinhos deram o que falar (negativamente). Eles foram feitos de forma muito realista, deixando-os sem expressão. O Linguado foi o mais criticado, pois ele é um peixe mesmo, ficando até um pouco assustador. Mas ele aparece muito pouco (ainda bem). Já o Sebastião não ficou tão ruim assim, ficou até fofo. O Sabidão é um pássaro normal e teve a voz alterada para uma voz feminina (Awkwafina). Ficou razoável.
Não posso deixar de comentar as cenas da Úrsula. Apesar da excelente escolha de Melissa McCarthy para o papel e de sua ótima atuação e momento musical, ela é um grande deslize na nova narrativa. Ela ficou muito menos assustadora que na animação, o que me surpreendeu. A cena em que ela domina o tridente e fica gigante foi muito ruim no filme original e a produção poderia usar essa oportunidade e explorar mais esse momento. Em vez disso, foi igualmente rápida e sem muito sentido.
Eu recomendo muito o filme, preferencialmente na versão legendada, para apreciar as músicas encantadoras. Apesar dos pequenos detalhes negativos, é uma produção leve e gostosa, ótima para se distrair e relembrar a infância. Em geral, o talento do elenco, da produção, imagem e trilha sonora foram muito bons, deixando o filme muito interessante, mesmo não possuindo nada novo.
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