Predadores Assassinos é um filme de ataque monstro com elementos típicos desse estilo, mas, ao mesmo tempo, recheado de criatividade. Diante das últimas tentativas do cinema de trazer o gênero terror de sobrevivência de volta, como Godzilla 2, Megatubarão e Medo Profundo, o diretor Alexandre Aja conseguiu fazer um bom trabalho em Predadores Assassinos, reescrevendo uma coisa que já cansou de ser feita décadas atrás.
Uma cidade da Flórida é alvo de um furacão nível 5 e começa a ser evacuada. Em meio ao caos Haley Keller, interpretada por Kaya Scodelario, se preocupa com seu pai, Dave Keller, com o qual não fala há muitos anos, e vai em sua busca, ignorando as ordens de evacuação. Chegando a sua casa, ela o encontra no porão desacordado e todo ensanguentado. Logo ela descobre que jacarés enormes estão à espreita e eles ficam presos na casa que está prestes a ser completamente inundada pela enchente causada pelo furacão. Eles precisam lutar muito por suas vidas e fugir dos jacarés e da tempestade.
O diretor já começa inovando com o animal usado: jacaré. Vemos muitos filmes com crocodilos, tubarões e cobras um tanto mutantes de tão gigantes. Isso trouxe o filme para mais perto da realidade e menos ficção. Além disso, ele atrelou os animais a uma tempestade enorme. O início do filme é, na verdade, uma referência a filmes do gênero catástrofe, como O Dia Depois de Amanhã. Essa mistura foi um sucesso.
O ritmo é bom, mas muito tenso. É uma sequência de eventos catastróficos, sem intervalos para drama em excesso e piada fora de hora. O diretor faz um excelente trabalho com o cenário, que está sempre mudando e trazendo novos elementos que complicam ainda mais as coisas para os personagens. Quando o expectador pensa que finalmente não dá para piorar, piora. A ausência de alívio da tensão e os bons sustos fazem 1h e 30 min de filme parecer uma eternidade, mas em um bom sentido.
Outro elemento criativo de Predadores Assassinos é o destino do cachorro de Haley, o Sugar (açúcar em inglês), que está sempre ao lado dela e do pai ao longo da trama. Não posso falar muito sem dar spoiler, mas certamente ele inovou nesse ponto e quem assiste a muitos filmes do gênero vai sacar.
Mas, como nem tudo são flores, o filme também tem alguns pontos negativos. Não pude ignorar a trama básica e previsível. O relacionamento da protagonista com a família, principalmente com o pai, me fez ter um déjà vu. O pai muito exigente e solitário, a mãe que casou novamente e está longe com sua nova vida e a protagonista que precisa superar traumas de infância. Além disso, aquelas pessoas que sempre são as primeiras a morrer nesses filmes e todo mundo já sabe também estão lá.
Colocar um drama fraco e previsível e dar mais espaço ao suspense e á ação foi uma boa estratégia, mas não perfeita. Passou um pouco, em alguns momentos, a sensação de estar vendo um filme de sessão da tarde.
No mais, o filme é bom. Em meio a essa crise de criatividade do cinema americano, que vem cada vez mais reutilizando temas, Predadores Assassinos não me decepcionou. Vale a pena assistir. Da para sentir o desespero da luta pela sobrevivência e para levar uns sustos.
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