Ok, venhamos e convenhamos, não sou o melhor escritor possível sobre séries e filmes, e os havia deixado de lado para apenas escrever sobre jogos e afins. Porém, após finalizar essa série, não consegui deixar de lado o que me veio à cabeça. Raramente uma série me prende a nível de conseguir me levar a maratonar em praticamente um dia, e foi isso que ocorreu com A Maldição da Residência Hill (The Haunting of Hill House). Por isso, vim aqui recomendar fortemente essa série para vocês e falar um pouco mais sobre ela.
A série ficou bem famosa quando saiu, e estou até um pouco atrasado para falar sobre ela. Não me julguem, eu dei uma chance assim que ela foi lançada, e aí vem o meu primeiro e principal aviso: NÃO, a série não me prendeu da primeira vez que a vi, e falo isso porque ouvi o mesmo relato várias e várias vezes. E não, não é por ser um começo de série ruim. Pelo contrário, minha falta de paciência fez com que eu perdesse um pouco da visão da série em si. Assistindo novamente e, dessa vez, ultrapassando os episódios iniciais, percebi como ela conseguiu me prender e daí para frente foi um episódio atrás do outro.
Enfim, vamos ao que interessa. Baseada no livro A assombração da casa da colina, de Shirley Jackson, A Maldição da Residência Hill conta a história da família Crain, principalmente dos cinco irmãos. A família é formada por Olivia e Hugh Crain, um casal especialista em comprar e recuperar casas antigas e vendê-las a preços mais altos. O casal possui cinco filhos: Theodora, Shirley, Steven e os gêmeos Luke e Eleanor, esta mais conhecida como “Nell”. Sempre que o casal adquire uma residência, eles passam a morar nela, para assim realizar a sua reforma e também verificar a mesma antes da venda, e não é diferente com a residência Hill. O problema é que, com o início das reformas, logo eles descobrem que sim, a residência apresenta uma diferença, e uma diferença muito grande.
A série inicia já no tom de suspense que será comum em todo seu decorrer, nos apresentando um pouco da casa e da relação familiar existente entre os Crain. Após uma leve surpresa, somos jogados no tempo atual (mudanças temporais vão ocorrer bastante nessa série, então preste bastante atenção aos detalhes).
Apesar da constante mudança temporal e entre a perspectiva dos personagens, a série consegue se desenrolar e explicar bem a sua história. Inicialmente pode parecer um pouco complexo e confuso (ou bastante, na verdade), o que pode afastar novos espectadores, mas com o decorrer dos episódios você se acostuma e começa a entender melhor o porquê de cada coisa e os episódios que precedem a trama. Uma pequena dificuldade que tive no início foi em assimilar quem era quem, devido à semelhança entre os personagens, algo que com o tempo também se torna mais simples.
A série também transita muito entre os sentimentos dos personagens e consegue criar uma ponte de empatia com o espectador, algo não tão esperado de uma série de terror, mas que vai se mostrando cada vez mais explicado no seu decorrer.
Assisti a alguns dos episódios com uma amiga e uma coisa que notei, principalmente pelas reclamações dela, foi a falta de conexão entre cenas e o tempo, mas calma: no futuro tudo isso é explicado e é um dos maiores trunfos da série.
Outro grande ponto para a série é como, justamente na metade dela, a partir do episódio 5, ela consegue novamente revigorar todo o sentimento de curiosidade e nos manter presos até o final. Boa parte da curiosidade e do suspense existe justamente dentro do famoso “Red Room” que você conhecerá melhor assistindo e dos diversos mistérios que rondam a casa. Apesar disso, a sensação de que existe uma peça faltando é sempre existente e mantém você vidrado até entender o que está acontecendo. Outro destaque ocorre no sexto episódio, onde temos uma gravação em plano-sequência digna de nos deixar boquiabertos em alguns momentos.
Falando um pouco mais sobre o suspense, a série não tenta nos ganhar por meio de Jump Scares ou coisas do tipo. Ela busca se manter sempre através do clima de não saber o que vai ocorrer na próxima cena.
O final da série divide opiniões. Muitos podem considerar incrível, outros podem achar uma perda de tempo e um total contraponto do tom que ela apresentava. De qualquer forma, no meu caso, o final me deixou bastante satisfeito e intrigado com o que ocorria. É um final interessante, mas que poderia ter sido melhor explorado para trazer uma surpresa maior. Mesmo assim, A Maldição da Residência Hill é uma das minhas maiores recomendações para quem deseja uma boa série de terror ou uma história interessante para conhecer.
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