Se o Pandemic chamou sua atenção, seja na vida ou no nosso post indicando alguns jogos de mesa para entrar no hobby, esse momento é seu. (Se ainda não conhecer o jogo, corre lá!)
O mais legal — e também o mais difícil — das expansões de Pandemic é como elas se encaixam no jogo e umas nas outras: cada expansão é, na verdade, uma coleção de desafios. Você pode jogar um só desafio por vez ou misturar vários deles, de qualquer uma das expansões, o que torna cada partida única para quem já gosta do jogo, mas também faz com que seja mais complicado de aprender caso você esteja começando agora. Por isso que nunca começamos com ela. E por isso que demoramos alguns anos (!) até explorar todos os desafios.
Vou aproveitar esse espaço para deixar o meu amor eterno para o manual de jogo de toda a linha Pandemic, porque ele responde diretamente todas as dúvidas que você possa ter. Principalmente no que diz respeito a misturar desafios.
Expansão 1 — Pandemic: No Limite / À Beira do Caos (2009)
As propostas dos três desafios dessa primeira expansão de Pandemic são:
- uma das quatro doenças ficou muito mais grave do que as outras;
- uma mutação se torna uma quinta doença a ser combatida;
- um bioterrorista espalha uma quinta doença misteriosa.
O primeiro desafio se chama “Virulent Strain”, ou “Estirpe Virulenta” na edição da Devir. Ele substitui as cartas de Epidemia normais por cartas de Epidemia ainda piores, com efeitos únicos ou contínuos sobre a doença que for escolhida como a estirpe virulenta. Os efeitos vão de adicionar cubos instantaneamente às cidades infectadas até levar duas ações para eliminar um cubo.
A partir dessa primeira expansão já são introduzidos também os cubinhos roxos que representam a quinta doença. Ela não entra no jogo da mesma forma que as outras, e cada desafio tem um jeito de apresentá-la. Mas não existem cartas roxas, então a cura sempre deve ser feita com cartas de qualquer cor, contendo ao menos uma carta de uma cidade que tenha um cubo roxo. A condição de vitória também muda: você pode encontrar as cinco curas ou encontrar as curas das outras quatro doenças e não ter nenhum cubo roxo no mapa.
O desafio da mutação é fácil de preparar, de entender e de jogar. Ele propõe que apareceu uma mutação misteriosa (doença roxa) que segue padrões diferentes das outras doenças. É só adicionar algumas cartas de “evento de mutação” ao baralho do jogador (elas são quase iguais às cartas de evento mesmo) e algumas cartas de Mutação ao descarte do baralho de infecção. É a partir deles que a doença acaba entrando em jogo e seguindo seu curso.
O desafio do bioterrorista é o mais difícil, porque insere mecânicas competitivas e planejamentos secretos. O bioterrorista tem uma folha de papel específica para planejar seus turnos, que têm menos ações, mas acontecem depois dos turnos de cada um dos outros jogadores, e é ele o responsável por incluir e espalhar a doença roxa no mapa. Suas ações são um pouco diferentes das normais e incluem “infectar remotamente” (descartar uma carta de cidade para colocar um cubo naquela cidade) e “sabotar” (descartar uma carta para remover um centro de pesquisa na área daquela cor).
Bioterrorista é um dos 7 novos personagens que são introduzidos nessa primeira expansão. Também entram 8 novas cartas de eventos, que podem ser misturadas com as do jogo base e “sorteadas” na montagem do baralho do jogador. E, por último, a expansão também traz cinco placas de petri, uma para cada doença.
O nome original da expansão é On The Brink, e ela foi lançada no Brasil na época que a linha fazia parte do catálogo da Devir como No Limite. A Galápagos lançou sua versão, chamada À Beira do Caos, em dezembro de 2019.
Assim como o jogo base, ela também ganhou uma repaginada no relançamento em 2013, logo antes do lançamento da próxima expansão. Essas eram as caixas originais:
Expansão 2 — Pandemic: No Laboratório (2013)
Se À Beira do Caos reinventou Pandemic ao introduzir mecânicas competitivas de “traição” com o bioterrorista, No Laboratório reinventa novamente trazendo jogo solo e em times. Além disso, traz quatro personagens novos, dois personagens que já existiam revisados (para que fiquem mais adequados a alguns dos novos desafios) e três novos eventos.
Mas o mais legal mesmo é a introdução do laboratório em si. É outro tabuleiro que fica do lado do tabuleiro principal e modifica o processo de descobrir a cura para um mais complexo, mas menos centralizado. E as peças são lindas.
Agora, para curar a doença, é preciso antes recolher amostras, processar, sequenciar e testar. A maior parte dessas ações só pode ser feita dentro do laboratório, que pode ser acessado de qualquer centro de pesquisa. Exige muito mais colaboração, mas também permite que os jogadores dividam melhor as tarefas em vez de concentrar toda a responsabilidade da cura em um só.
O jogo solo e o em times também podem ser combinados com todos os desafios, exceto o do Bioterrorista (por razões óbvias) e, no caso do jogo em times, o do Laboratório. No solo, você tem a ajuda do CDC (em português, CCD: Centro de Combate a Doenças) e algumas ações especiais, mas, fora isso, funciona basicamente como uma partida de dois jogadores com algumas modificações. E é libertador não precisar juntar os amigos para jogar! E a grande vantagem do jogo em times é poder usar grupos um pouco maiores, já que ele comporta seis pessoas e o jogo base comporta quatro. Também é nele que aparece um novo tipo de carta: a carta de objetivo, que dá como recompensa pontos de prestígio que podem ser cruciais na vitória.
Com o nome original In The Lab, No Laboratório também traz algumas cartas e mecânicas que prometem modificar dois dos desafios da expansão anterior. O lançamento no Brasil, pela Galápagos, ficou para abril de 2021.
Expansão 3 — Pandemic: Estado de Emergência (2015)
Como já virou padrão, a expansão Estado de Emergência (State of Emergency, lançada no Brasil em fevereiro de 2020) adiciona cinco personagens e sete eventos novos, além de revisar um dos personagens para um de seus desafios. As propostas dos desafios (tiradas e traduzidas do manual) são:
- Quarentenas: atrase as infecções para ganhar tempo para encontrar curas;
- Regiões interioranas (Hinterlands): tente impedir que as doenças se espalhem de animais para humanos;
- Eventos de emergência: tente encontrar as curas entre eventos imprevisíveis;
- Superdoença (Superbug): uma doença nova está se espalhando e não pode ser tratada.
A mecânica das quarentenas é incrivelmente simples e é feita justamente para facilitar o jogo: a equipe tem quatro marcadores de quarentena e qualquer um dos jogadores pode usar uma ação para colocar um deles no mapa. Eles têm um lado escrito 1 e um lado escrito 2, o que significa que podem impedir a entrada de cubos de doença naquele espaço duas vezes antes que sejam descartados do jogo.
Já a mais difícil, de longe, é a Superdoença. E eu digo a mais difícil entre as três expansões. É tão difícil que ela precisa ser usada com as quarentenas (isso está nas regras) para ficar levemente menos difícil. A doença roxa agora é uma superdoença que não pode ser tratada, então primeiro é preciso encontrar a cura, depois substituir centros de pesquisa por fábricas de vacina, que produzem doses de vacina em todos os turnos, mas só depois de a cura ser encontrada. Só depois disso tudo, você pode coletar vacinas e usá-las para remover cubos roxos das cidades em que estiver.
Uma coisa que não dá pra dizer desse jogo é que não é emocionante.
Os eventos de emergência são adicionados ao baralho além dos eventos comuns e das epidemias. Isso significa, por um lado, que o jogo pode durar mais e as epidemias podem demorar mais a aparecer. Por outro… os eventos de emergência não são exatamente positivos. Eles dificultam um pouco o lado dos jogadores, seja diminuindo o número de cartas que você pode ter na mão ou restringindo ações de movimento. Felizmente, só um evento de emergência pode estar ativo por vez.
Por último, as regiões interioranas. Em certas regiões rurais, as doenças estão passando de animais para humanos. Isso muda um pouco o contexto do jogo original, e também adiciona duas pequenas partes de tabuleiro ao mapa original. Partindo de cada uma das cidades indicadas, que seriam conectadas a essas regiões ocultas de difícil acesso, você pode se mover para essas áreas.
Como elas não têm cartas próprias, você não pode, digamos, voar direto para lá. Mas, para balancear, você pode usar essas áreas para compartilhar conhecimento, passando ou recebendo quaisquer cartas da cor correspondente e agilizando a cura. Esse desafio acaba sendo realmente mais fácil do que parece, adicionando dificuldade por um lado e facilitando por outro. E, como sempre, pode ser combinado com todos os desafios de todas as expansões.
Você já jogou alguma expansão de Pandemic? Qual é a sua favorita? 🙂
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