Se você gosta de distopias, ficção científica e tecnologia, com certeza a Trilogia Scythe vai te pegar de jeito. Hoje vou falar um pouco sobre o segundo livro: A nuvem. Se quiser ver algo sobre o primeiro, clica aqui.
Caso você acredite que está sendo vigiado o tempo todo por meios eletrônicos e inteligências artificiais, este livro apenas confirmará as suas suspeitas. Em O ceifador, Neal Shusterman nos apresenta a Citra e Rowan, dois jovens que foram escolhidos para se tornarem ceifadores, as pessoas que coletam — matam permanentemente — as pessoas. Ao longo da obra, nos deparamos com conflitos éticos e morais que podem ser bastante difíceis de transpor. Mergulhamos no mundo da Ceifa, no seu funcionamento e em seus conflitos.
Já no segundo volume, damos mais atenção à Nimbo-Cúmulo, uma inteligência artificial que havia tomado consciência e passado a governar o mundo. Buscando equilíbrio, ela encontrou maneiras de driblar até mesmo a morte. Se você tem umas paranoias em relação à tomada de controle das máquinas e em relação a estar sendo observado o tempo todo, seu pesadelo se realizou. Ainda que tenha boas intenções, a IA tem o registro de absolutamente todos os dados que foram catalogados no mundo.
A Nimbo-Cúmulo, sob o pretexto de tornar mais fácil a vida de toda e qualquer pessoa, possui câmeras em todo o mundo, até mesmo dentro das casas. O único muro que ela não consegue transpor é o da Ceifa, responsabilidade completa da humanidade. No primeiro livro, a nuvem — referência clara à nossa computação em nuvem? certeza — se apresenta apenas como uma IA que está lá para facilitar a vida humana de modo imparcial.
Na segunda obra, conseguimos adentrar a consciência da Nimbo-Cúmulo e perceber que, ainda que ela tenha se auto programado para ser imparcial, há muitas coisas com as quais ela não concorda. E, ainda que seja proibido, ela encontra brechas para interferir nos assuntos da Ceifa, com os quais está profundamente preocupada — e com razão.
Além de o mundo da Trilogia Scythe ser assustadoramente interessante com todos os seus conflitos e paixões, o mais chocante é que algumas coisas são perfeitamente possíveis. Ler esta distopia é um grande exercício para se colocar nas situações mais adversas e encarar conflitos morais e éticos. E você, viveria num mundo como esse?
Existem também as seitas “tonistas”, que reproduzem algo similar a seitas religiosas, algumas mais fanáticas do que outras. Eles acreditavam no Grande Diapasão, repudiavam a Ceifa e o controle da Nimbo-Cúmulo. A morte, para eles, não era para ser temida, mas esperada e abraçada — assim como em muitas religiões que encontramos no mundo atual.
Olha o spoiler pesadão vindo!
Outro ponto bastante assustador foi o retorno de Goddard e da ceifadora Ayn Rand, por quem eu acabei criando um pouco mais de afeição. Com a intenção de vingança, Goddard tenta destruir Perdura, o lugar sagrado dos Ceifadores, e levar todo o conselho para a cova, ou melhor, jogá-los, literalmente, aos tubarões.
(fim do spoiler pesadão)
O enredo é bom, o livro é fácil de ler e prende a atenção facilmente, há diversas reviravoltas e é interessante perceber que nunca sabemos de verdade o que esperar. E, quando achamos que sabemos, descobrimos que estamos completamente errados.
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