O ceifador foi o livro debatido nesse mês no Puxando da Estante, escolhido por esta que vos fala – ou melhor, escreve. Você pode conferir nossas discussões sobre ele aqui.
“A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria… Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade.
Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador – papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.”
Como explicitado pela sinopse do livro, a história se passa em um futuro distante, no qual não existem mais problemas sociais. Em tese. Porque existe ainda um mal do qual a humanidade não conseguiu se livrar: o Controle Populacional. A Terra não possui recursos suficientes para manter pessoas vivendo por tempo indeterminado enquanto novos nascimentos ocorrem a cada dia. Por mais bem geridos que sejam esses recursos, as pessoas têm que morrer.
E é para isso que servem os Ceifadores. Sua missão de vida é matar um determinado número de pessoas para que a existência das outras possa ser garantida. Citra e Rowan, os protagonistas desse livro, são escolhidos para serem aprendizes de ceifador e dominarem a arte de matar, dentre outras coisas. Essa é a premissa da história.
Conforme acompanhamos a evolução dos protagonistas — e o seu descobrimento da política e funcionamento da Ceifa —, vamos nos deparando com os mais variados dilemas morais e questionamentos sobre diversas questões, até mesmo filosóficas. Talvez especialmente as questões filosóficas. Aquelas que movem o mundo. Vida, morte, certo, errado, bem, mal…
Essas questões ficam sem resposta, pois não existe verdade absoluta. À medida que avançamos na leitura, percebemos cada vez mais que não existe mundo “perfeito”. Porque a sociedade é composta de seres humanos. E seres humanos são falhos, cheios de defeitos. E mesmo quando aparentemente não existem “problemas”, nós os criamos.
Enfim… ao ler esse livro se compra uma passagem direta para um mundo de questionamentos, indagações e divagações que não têm fim. Por isso mesmo recomendo que também ouçam nosso podcast, no qual discutimos vários desses aspectos.
E, por fim, recomendo muito que leiam o livro e se deixem se levar pelos dilemas que são expostos nele. Se questionar sobre o mundo em que se vive é sempre algo válido, especialmente nesses tempos de extremos em que vivemos. Talvez os questionamentos que acompanham o livro e as ponderações que acompanham esses questionamentos nos façam bem.
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