Após uma terceira temporada intensa com um final incrível, que finalmente trouxe alguns refrescos para os fãs, e um ano de atraso devido à pandemia da Covid-19, estreou a 4ª temporada de O Conto da Aia. A premiadíssima Elizabeth Moss, que estrela a série, também dirigiu dois episódios da temporada.
Falar de O Conto da Aia é sempre difícil, pois a série trata de temas difíceis e tem cenas degradantes cheias de gatilhos sobre violência contra mulher e abuso sexual. Por outro lado, é interessante refletir e debater sobre esses temas importantes que a série traz à tona.
Alerta de spoilers! Continue por sua própria conta e risco!
A 4ª temporada começa no mesmo ponto onde a temporada anterior nos abandonou. Deparamo-nos com as aias, que fugiram após salvar mais de 80 crianças de Gilead. Vemos claramente os ecos e a preocupação de Gilead com o salvamento das crianças, ao passo que acompanhamos o casal Waterford em sua prisão. Fred e Serena, separados, mostram uma nova dinâmica do casal.
Senti que ela teve um ritmo muito acelerado. Em 4 episódios aconteceram tantas coisas que até poderiam render uma temporada inteira. Acaba faltando um pouco de aprofundamento nos sentimentos dos fatos que seriam centrais ao enredo. Um exemplo é quando descobrimos que Serena está grávida e essa informação é jogada ao telespectador sem muitos detalhes. O fato de ela não poder ter filhos foi o que a deu mais forças para incentivar Gilead e para apoiar o sistema de forma tão ferrenha. Isso é mostrado com menos impacto do que o que é dado a quando ela perde o dedo.
Outro exemplo interessante é a June, que é presa e foge umas 2 vezes em 4 episódios. Mas, ao mesmo tempo, ela passou uns 2 ou 3 episódios numa fábrica abandonada esperando ser resgatada na primeira temporada. No entanto, entendo a urgência para avançar a história, já que muita coisa precisa ser contada em apenas 10 episódios.
Outra sensação que eu tive foi de que mataram pessoas para encurtar o enredo. Por exemplo, em um momento em que algumas aias morrem e não parece ter muito objetivo. Elas só morrem. Isso poderia ter sido mais bem explorado.
Mas nem só de pontos baixos vive essa temporada. A June decide se vingar dos Waterford e essa parte é muito empolgante. Foi ótimo vê-los sofrer o que ela sofreu e sentir o medo que ela sentiu. Que show de emoções Elizabeth Moss entrega. Ela vai fazer Gilead sofrer cada vez mais e só vai acabar quando eles pagarem até o último centil.
Interessante, também, é a nova dinâmica com Moira e Luke. Eles, que estavam fora de Gilead a mais tempo e sofreram menos, conseguiram seguir adiante e isso conflita com a recém-fugida June, que respira os traumas e espuma ódio. Enquanto eles tentam a cada momento trazer uma tranquilidade para June, ela quer ver o circo pegar fogo. Muito bom ver a personagem colocando a terapia em grupo das aias para lidar com esse ódio que elas guardam.
O início do arco de redenção de tia Lídia anda de mãos dadas com a crise em Gilead. À medida que ela perde o controle sobre si e parece estar sendo tocada pelo arrependimento, Gilead afunda de dentro para fora.
De uma forma geral, apesar do ritmo acelerado e do bombardeio de emoções, a temporada mais recente de O Conto da Aia acabou sendo muito intrigante. Vale muito a pena assistir à série, que já foi renovada para uma 5ª temporada.
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