Playground é uma minissérie sobre “uma escola de assassinos adolescentes onde, se você não mata, você morre”, segundo a sinopse. Mais claro que isso, impossível. O projeto é totalmente off the record, então oficialmente essa escola nem existe. Não ia pegar muito bem as pessoas saberem que o governo treina adolescentes para serem matadores profissionais. O líder da escola, conhecido como “O Pai”, assume a figura de protetor dos jovens pupilos.
Nessa escola, os recrutas têm aulas de defesa pessoal, manuseio de armas brancas e de armas de fogo, além de aulas de anatomia – sempre bom saber onde não levar um tiro – e de primeiros socorros. Eles são testados física e psicologicamente para que possam passar pelas situações mais difíceis quando estiverem em combate.
Dirigida por Pascal Sid e Olivier Schneider, a minissérie é estrelada por Amalia Holm Bjelke, uma atriz sueca-norueguesa que interpreta Amy, uma jovem órfã de 15 anos de idade que vive se metendo em confusões e já passou por diversos lares adotivos. Amalia também tem um papel importantíssimo em Motherland Fort Salem. Ela causa boas e más impressões assim que chega à “escola” e isso pode custar a sua vida.
Produzida pela blackpills, uma plataforma de streaming exclusiva para celular, a minissérie tem 10 episódios de cerca de 10 minutos cada. Você pode ver uma temporada inteira em – literalmente – menos de 2h, isso foi meio estranho para mim no início. Depois eu entendi que o formato era justamente por conta da proposta da plataforma, que funciona somente por aplicativo de smartphone.
Fora isso, a narrativa de Playground é interessante, mas não desvia muito das histórias dos criados para matar. Geralmente são órfãos e órfãs cujos pais já tinham algum tipo de envolvimento com o crime ou com o governo. Como não têm para quem voltar, tudo pode ser feito de maneira mais discreta. Se matarem, ninguém saberá que foi eles; se morrerem, ninguém sentirá falta. Não há emoções ou pontos fracos – pelo menos é o que se espera.
O que me prendeu a essa narrativa foi, principalmente, a coreografia das cenas de luta, que senti serem mais próximas do real. Nela, os personagens sofrem, apanham e demonstram que os golpes machucam, o que não acontece em diversas outras produções do gênero. Ainda assim, é incrível ver a precisão e a sutileza dos movimentos, há vários momentos em que só consegui pensar “uau!”. Para quem pratica jiu-jitsu, é fácil ver que algumas técnicas da arte foram – muito bem – aplicadas. Eles são treinados para serem assassinos perfeitos e Amy, com sua aparência inofensiva, consegue ser letal.
A construção psicológica da Amy também é muito interessante. A produção tem uma paleta de cores terrosa, cinza e preta. A fotografia é interessante, bem planejada para acompanhar cada movimento. Por ser mais curta, ela acaba sendo um pouco superficial e deixando muitas pontas soltas, isso me incomodou um pouco. Havia questões de mais sem resposta e elas provavelmente ficarão assim. Infelizmente Playground não foi renovada e não há previsão para isso.
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