Sweet Tooth é a nova série de fantasia que chegou à Netflix no dia 04 de junho. Ela é baseada no quadrinho homônimo da DC Comics, criado por Jeff Lemire, e tem entre seus produtores executivos Robert Downey Jr, o eterno Tony Stark do Universo Cinematográfico da Marvel.
Em mais uma obra pós-apocalíptica da plataforma de streaming nos últimos meses, junto com Amor e Monstros e Army of the Dead: Invasão em Las Vegas, Sweet Tooth nos apresenta Gus, um menino que é um híbrido de humano com cervo. Por ter nascido nesse cenário, ele não sabe muito bem como as coisas funcionam, então, ao decorrer da série, nós o acompanhamos enquanto ele se conhece melhor e também vai descobrindo mais sobre o mundo a sua volta. Mas o que aconteceu com o mundo e por que o Gus nasceu meio-humano e meio-cervo?
Um vírus misterioso se espalhou e o que era uma simples gripe vira uma grande pandemia que elimina boa parte da humanidade. Ao mesmo tempo em que essa doença assola o planeta, todas as crianças nascidas durante essa pandemia são híbridas: meio-humanos e meio-animais. Existem crianças meio-coruja, meio-porco, meio-pássaro, meio-cervo (Gus), entre vários outros tipos de híbridos.
Mas a vida não é fácil para esses híbridos. Por terem surgido junto com o vírus, de um jeito que não se sabe ao certo se o que veio primeiro foram os híbridos ou o vírus, eles são vistos como uma ameaça e causadores da pandemia, então são perseguidos e exterminados. Isso faz com o que o pai do Gus, Richard, fuja para uma reserva florestal isolada e crie o menino lá longe do resto do que sobrou da humanidade. Porém uma tragédia acontece e faz com que Gus precise fugir de sua reserva e sair em uma aventura para encontrar sua mãe.
(possíveis spoilers abaixo)
Apesar desse cenário desolador, Sweet Tooth passa um tom muito otimista, o que é expressado na fotografia do núcleo do Gus — bem colorida e iluminada, lembra até a fotografia do condado de O Senhor dos Anéis. A inocência do personagem também faz com que tudo fique mais leve e o espectador se identifique muito com ele. Quando a série passa para o núcleo do doutor Singh, um médico que estuda a cura para o vírus, a fotografia fica mais escura e pesada. Isso é reforçado quando vemos a forma com que os vizinhos de condomínio de Singh lidam com as pessoas infectadas pelo vírus. Essas atmosferas opostas fazem um bom contraponto para equilibrar o tom da série entre o otimismo e a tensão.
Como é comum em uma boa série de mundo pós-apocalíptico, existe uma tribo/organização que subjuga todo mundo e quer dominar nesse novo cenário. Aqui, são os Últimos Homens, que querem exterminar essas crianças híbridas e fazer experimentos com o que sobrar. Eles parecem ser bem interessantes e ter um grande papel em tudo que está acontecendo. Mas, quando deixam de ser só aquela ameaça pairando sobre os personagens e os conhecemos de fato, eles se tornam apenas vilões genéricos com motivações bem fracas.
Essa questão dos Últimos Homens é o ponto baixo da série, só servindo para tirar a atenção do grande mistério que envolve a questão do vírus e dos híbridos. É perceptível a quebra na narrativa quando eles aparecem nos episódios, que basicamente se dividem entre a busca da cura pelo doutor Singh e a busca de Gus por sua mãe. Espero que o arco deles seja logo resolvido na próxima temporada para a história se concentrar no que importa.
A Netflix não tem uma boa reputação em relação a adaptações de quadrinhos, mas, para quem estava com um pé atrás para acompanhar essa história, pode assistir sem medo. Além de ser uma boa série com fantasia e aventura, o mistério é presente o tempo inteiro, nos deixando curiosos para descobrir como tudo começou e se terá alguma solução. Recomendo muito que assistam a Sweet Tooth e já estou ansioso para a segunda temporada, que tem potencial para ser ainda melhor do que essa.
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