Lançado em meados da década de 80, o livro homônimo da série tem alcunha de ficção e nos mostra uma nova república chamada Gilead. The Handmaid’s Tale, escrito por Margaret Atwood, se passa em uma distopia onde um dia já foi os Estados Unidos.
Devido à poluição e à disseminação desenfreada de infecções sexualmente transmissíveis, os níveis de infertilidade atingiram dimensões imensas a ponto do nascimento de uma criança ser motivo de inveja. Até que um determinado grupo de pessoas bem tradicionais, retrógradas e, pelo visto, bem convincentes tomaram o poder dos EUA com as propostas mais bizarras possíveis.
Tecnicamente a série é impecável. Os diretores que se dividem ao longo dos episódios têm todo o cuidado em demonstrar a divisão de castas que existe, e a figura central feminina fragilizada. A fotografia é estonteante e feita a partir de tons frios. Isso representa o eterno e agoniante ritmo da série e ainda se faz uso do contraste forte entre cores – ressaltando ainda mais o que logo acima foi dito entre o tom central da série.
The Handmaid’s Tale já recebeu diversos prêmios durante as suas apenas 2 temporadas. Das 12 indicações que recebeu ao Emmy em 2017, levou 7, incluindo melhor atriz para Elizabeth Moss e melhor série dramática. Isso só corrobora para uma vertente atual das séries em todo mundo. Distopia. Distopia para reflexão. Tem sido assim, o mundo tem produzindo mais ficção reflexiva. E isso é bom, The Handmaid’s Tale obriga a reflexão do telespectador perante uma sociedade totalmente deturpada, deixando aquele gostinho de: e se acontecesse?
A sociedade deu um loop de liberalista para, repentinamente, um mero patriarcado. Mulheres não podiam opinar, ler, participar de decisões, elas apenam existiam em função de tudo que os chefes da casa ditavam. O sofrimento de cada mulher que foi tomada de sua família contra sua vontade e reeducada para esses padrões é imenso e transcende a quarta barreira de forma invasiva chegando a incomodar.
Além disso, O Conto da Aia (tradução livre) é um retrato de como o radicalismo e a religião podem ser usadas até os níveis mais baixos de escrúpulo. Mostra na unha como uma história de horror revela o poder feminista de libertação e luta – e o ambiente tratado na série não é nem um pouco “leve” como as barreiras que encontramos hoje.
The Handmaid’s Tale é devastadora, viciante, revoltante e precisa nos conceitos que quer passar. Assista com moderação e a série vai te mostrar como a bizarrice encontrada aqui pode estar perto do que já encontramos no dia a dia.
Mais sobre SÉRIES
Puxadinho Cast #110 | One Piece (Netflix)
A Netflix finalmente lançou a adaptação em live action de One Piece. Em meio a desconfianças, a série conseguiu superar …
Puxadinho Cast #108 | BBN Especial: Indicados Emmy 2023
Neste Beyblade News especial, nós comentamos os indicados do Emmy 2023 e quais são nossas expectativas para essa premiação. Dá …