Robin Hood: A Origem conta a história do jovem Robin de Loxley, nascido entre os nobres, que é obrigado a deixar sua vida de luxo e o amor da sua vida, Marian, para combater os mouros nas cruzadas. Entretanto, ao voltar, percebe a trama preparada pelo xerife de Nottingham para tomar seus bens e inicia a sua jornada em busca de vingança ao lado de um árabe chamado John, para finalmente se tornar o herói que a população precisa.
O filme deixa claro, desde o início, que não será uma adaptação da história retratada repetidamente por diversas obras, o que, em parte, redime a obra de alguns dos anacronismos presentes aqui, porém quando digo “alguns”, me refiro aos coquetéis Molotov, e modo de operar dos guerreiros das cruzadas (que fazem referência à guerra no Afeganistão, seja pela vestimenta ou até posicionamento dos arqueiros em combate), pois esses e outros aspectos do longa fazem uma crítica ao que é definido como certo ou errado na atualidade.
Considero as referências citadas como um ponto positivo do filme, porém às vezes podem ficar muito implícitas, o que pode gerar dúvidas no espectador, como o fato das minas ficarem tão próximas da cidade, que, apesar de aparentemente parecer um erro (e talvez seja mesmo), serve para fazer um paralelo às grandes capitais que se localizam logo ao lado de grandes comunidades periféricas.
Quanto às cenas de ação, há grande destaque para a criatividade que os produtores tiveram para montar os combates de arco e flecha (que se tornam armas quase imbatíveis nas mãos de Robin), além da cena da invasão ao cofre, que conseguiu gerar certa apreensão no espectador, o que em grande parte foi mérito da atuação do protagonista.
Por falar nas atuações, os destaques são a dinâmica entre Jamie Foxx e Taron Egerton, que empolgou durante a cena do treinamento, e a atuação do próprio protagonista, como nos momentos em que ele deve interpretar o próprio Robin interpretando, mas sem deixar de lado o que o personagem sentia no momento. Porém, houve momentos em que as atuações não convenceram, seja do próprio Jamie Foxx (que chegou a cair por um soco que não o acertou) e de outro personagem que, ao ser enforcado por John, parece querer isso (gira a própria cabeça para facilitar o envolvimento da corda).
Sobre os aspectos técnicos o filme também teve algumas falhas (como uma chroma key que não funciona muito bem na perseguição de carroças), porém houve momentos de destaque, como nas cenas da primeira aparição de Robin como ladrão e na invasão ao cofre, nas quais foi utilizado o slow motion, o que gerou um efeito interessante que lembrou muito as cenas de ação de Sherlock Holmes (2009).
Neste filme fica muito claro que a intenção não é ser fiel à história do lendário personagem inglês, mas sim fazer um blockbuster que se aproxime muito do público mais jovem (a escolha do elenco é prova disso), deixando pontas soltas a serem solucionadas em uma sequência (pouco provável) e fazendo críticas a certos aspectos da nossa sociedade, mas que podem ser facilmente confundidos com erros de roteiro e produção. Se você quiser assistir a uma obra prima do cinema, nem crie expectativas neste Robin Hood, mas seria uma boa opção, caso esteja abeto a apenas se divertir com o herói que não, necessariamente, rouba dos ricos e dá aos pobres.
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