Uma Segunda Chance (Hi Bye, Mama!) é um drama coreano de 16 episódios lançado em 2020. O k-drama conta a história de Cha Yu-ri (Kim Tae Hee), um fantasma que se recusa a reencarnar, permanecendo na Terra pelos últimos 5 anos acompanhando a vida de seus entes queridos. Yu-ri morreu após um acidente e foi forçada a deixar o seu marido Gang-hwa (Lee Kyu Hyung) e sua filha recém-nascida Seo-woo (Seo Woo Jin) para trás. Logo após descobrir que Seo-woo consegue ver espíritos por sua causa, Yu-ri recebe a chance de voltar a vida, mas com uma condição: ela precisa recuperar o lugar dela de volta em 49 dias, caso contrário morrerá de novo. O problema é: Gang-hwa está casado novamente e Seo-woo cresceu acreditando que sua madrasta Min-jeong (Go Byo Geol) é sua mãe.
Uma segunda chance (Hi Bye, Mama!) entrou na lista dos meus k-dramas favoritos – há muito tempo eu não chorava tanto, nem me conectava e me emocionava com um drama da forma que eu me emocionei com esse. Ele fala sobre uma temática difícil de maneira delicada, trazendo diversas nuances e nos fazendo refletir. A morte, eu acabei percebendo, é um assunto que mexe bastante comigo. Cada episódio discorre sobre um aspecto que permeia esse tema: a culpa, o luto, o esquecimento… O título de cada episódio resume bem a reflexão que será passada e, devo dizer, são ensinamentos importantes que realmente nos remetem a nossa própria vida. Essa conversa drama-realidade é justamente o que permite que a gente se conecte tanto com a história e seus personagens, e é uma das razões pelas quais derramei tantas lágrimas enquanto assistia.
Um ponto forte desse drama é a representação das relações, especialmente amizades. Diferente do que se espera, não há competição e nem rivalidade entre as mulheres que compõe o núcleo principal, muito pelo contrário. A mensagem que isso passa é bem forte: relações bem construídas, de apoio e respeito mútuo e, especialmente, gratidão, são capazes de gerar bons frutos e unir pessoas, por mais diferentes que elas sejam. Além disso, a amizade da protagonista com sua melhor amiga é de uma cumplicidade e carinho que aquecem o coração. Ver as duas juntas transmite uma sensação boa – é o tipo de relação na qual só há amor, aceitação e respeito, é muito bonito de se ver.
Uma escolha interessante do autor foi ir apresentando os fatos da vida da protagonista aos poucos. Quando a história começa, tudo o que sabemos sobre ela é o básico de como era a sua vida antes. Naturalmente, esse mistério em relação ao passado nos deixa curiosos e, no início de cada episódio, somos apresentados a respostas de perguntas que começam a circundar nossa mente: que acidente a protagonista sofreu? Como seu marido lidou com isso? Como ele conheceu a atual esposa e por que ele se casou de novo? Por que sua família rompeu laços com a neta? Em geral, sempre que uma dessas perguntas é respondida o episódio trata das consequências desse fato nos dias atuais, trazendo sempre uma reflexão. Isso nos ajuda, também, a entender melhor as decisões de Yu-ri e o seu comportamento – afinal, para muitas pessoas, parece ser bem simples o que ela tem que fazer, então por que ela reluta tanto? Devo dizer que todos torcemos para a felicidade da nossa querida Yu-ri, e, à medida em que os episódios avançam, ficamos na angústia: será que seu final será feliz ou triste? Na minha opinião, o encerramento da história foi exatamente como tinha que ser.
Entretanto, nem tudo são flores e o drama tem alguns aspectos que deixaram um pouco a desejar. A história dos espíritos secundários foi pouco explorada e não pareceu que havia realmente um objetivo para darem tanta ênfase a eles. Além disso, houve um plot do exorcista que parecia ser bastante promissor, mas acabou que se tornou apenas algo superficial e sem uma conclusão satisfatória – o próprio enredo enfatiza a importância deste acontecimento e depois ele meio que é esquecido, nos deixando um pouco confusos. Outro ponto que, para mim, incomodou bastante foi a relação do casal secundário: a esposa era agressiva com o marido e batia e gritava constantemente com ele, não gostei do fato de tentarem transformar violência em comédia e a impressão que ficava nesses momentos era “nossa, mas eles se gostam mesmo?”.
Uma curiosidade sobre o diretor de Uma Segunda Chance: ele é o mesmo diretor de Oh My Ghost (que também possui uma resenha aqui no Puxadinho Geek, deem uma olhada clicando aqui), k-drama lançado em 2015! Em Oh My Ghost temos a personagem Shin Soon-ae (Kim Seul-gi), uma fantasma virgem que possui a protagonista da trama em busca de realizar o seu desejo. Para os fãs de Oh My Ghost, o diretor separou uma surpresa agradável: Kim Seul-gi voltou ao papel de Shin Soon-ae e fez uma participação especial em um dos episódios de Uma Segunda Chance! Eu me surpreendi e me diverti bastante com a aparição inesperada da nossa querida fantasma virgem – e aposto que quem já assistiu ao drama anterior, vai gostar bastante dessa referência.
Uma Segunda Chance (Hi Bye, Mama!) é um k-drama belíssimo, que discute diversas nuances em relação a temática da morte e o quanto a partida de uma pessoa querida afeta a dinâmica das pessoas a sua volta, deixando marcas que elas irão carregar para o resto da vida. É bastante emocionante todos os detalhes de sua história e, por isso, se tornou bastante especial para mim. Esteja preparado para chorar bastante junto com os personagens, para se envolver em suas vidas, se identificar com seus conflitos e sentimentos e desejar que a felicidade alcance cada um dos envolvidos. Prepare bem seu coração na reta final da trama, você vai precisar! Espero que vocês se encantem com este drama tanto quanto eu me encantei, e, caso você esteja em dúvida se deveria ou não assisti-lo, eu recomendaria fortemente que sim!
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