Ao ser convidado para um jantar pela sua ex mulher, Eden, e o marido, David, Will se vê na necessidade de ir, já que um trauma o manteve longe de Eden e de sua antiga casa por 2 anos, assim, era preciso lidar com algumas questões.
De cara, poucas informações são dadas e vários elementos são jogados na trama, como pessoas que claramente não se encaixam naquele contexto ou alguns pequenos detalhes que te fazem questionar se os personagens realmente são quem dizem ser, o que causa um incômodo proposital logo de início para quem assiste, dando início à tensão constante de todo o filme.
Como o longa se passa na visão de Will, um cara desconfiado, todo o suspense é baseado nas paranoias dele, as quais muitas vezes confrontam as percepções de outros personagens, causando um mal-estar constante no ambiente do filme e no espectador, o que para mim foi um bom ponto de The Invitation e que funciona por boa parte da trama. Apesar disso, acho que essas contradições poderiam ser feitas de forma mais consistente e com mais detalhes, intrigando mais quem assiste, já muitas vezes a percepção “certa” era óbvia.
Além disso, uma aposta do longa é a carga emocional, principalmente relacionado a Eden e Will, o que acaba levando a um rumo dramático também. Não só quanto a esses dois personagens, mas existe um esboço de profundidade quanto aos outros, o que não se concretiza de fato quanto a nenhum deles. Por conta disso, existe pouca conexão com os personagens de uma forma geral e pouca compreensão das relações entre eles (as quais parecem importantes e profundas, porém não sabemos basicamente nada sobre elas). Para mim, isso impactou bastante, especialmente no final, porque sinceramente não torci para ninguém, além de ficar querendo saber mais, e os momentos em que essas questões poderiam ser trabalhadas foram desperdiçados.
Entregando um drama e um suspense moderados, o filme cumpre com sua função de nos fazer teorizar o que seria esse culto/crença/ forma de viver que supostamente ajudou Eden, seu marido e alguns amigos a superar grandes tragédias em suas vidas pessoais, mas que parece mais uma ilusão coletiva do que uma cura real. Sendo esse o ponto chave da trama, o clima de estranheza e desconfiança foi algo que eu gostei bastante.
Por fim, The Invitation é um bom filme, um suspense com potencial, mas que no meio do caminho esqueceu que podia ir mais longe e desaguou num final chocante, mas que não surpreende.
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