Tenho certeza de que você já deve ter ouvido algo do tipo mais de uma vez na sua vida, pois não é de hoje que os amantes da música se perguntam sobre o estado de vida do rock. Nós mesmos já nos perguntamos naquele Puxadinho Cast especial. Mas será que ele morreu mesmo? Vou adiantar um spoiler: não, ele não morreu, mas podemos dizer que seus dias de fama e glamour estão num nível bem distante do que já foi um dia.
Mas então, o que de fato aconteceu com o rock? Basicamente, ele voltou a ser o que era nos seus primórdios em eras longínquas: um estilo musical de nicho, longe do mainstream. Lembra de quando você ligava a TV à tarde e a abertura de Malhação era Charlie Brown Jr.? Aliás, diga-se de passagem, a banda fazia muito bem o papel de levar rock com peso, recheado de guitarras com timbres gordos de mesa boogie e humbucker (se você é nerd de guitarra você entendeu). Talvez você se lembre das novelas tocando Creed como tema romântico, dos Raimundos tocando no Programa Livre à tarde… enfim, esses tempos passaram e não voltam mais.
Outro “termômetro” que eu gosto de usar para exemplificar o que tem acontecido com o rock são as músicas que as pessoas mais jovens têm escutado. Sendo bem direto, é possível dizer que o estilo musical equivalente ao “rock” em popularidade hoje em dia é o “trap” — ou seja, se você, que tem por volta dos 25/30 anos, estivesse no colégio hoje em dia, o Linkin Park, Slipknot ou The Strokes da sua adolescência daria lugar ao Post Malone. Analisando esse cenário, você poderia pensar que realmente o rock morreu e que os instrumentos “físicos” também estão com seus dias contados. Por outro lado, a Fender, que é uma das marcas mais famosas de guitarra, bateu o seu recorde de vendas em 2020. Nunca tanta gente comprou guitarras quanto hoje. Mas acredito que também tenha sido um efeito colateral da pandemia, onde as pessoas procuraram novos hobbies para aproveitar o seu tempo.
Além disso, existem diversos canais no Youtube que misturam humor com rock e música em geral. Por exemplo, Jared Dines, Rob Scalon, Steve T e Davie504 são pessoas jovens que, graças a sua linguagem, atraem cada vez mais outros apaixonados pelo estilo. Isso ajuda a renovar o público.
O que podemos concluir é que o rock continua vivo, mesmo não sendo o estilo mais popular do momento. É só fazer uma pesquisa rápida no Spotify ou Youtube e ver que ainda existem diversas bandas surgindo, diversos novos músicos postando vídeos e aprendendo seus instrumentos. E o fato de as pessoas serem expostas a outros estilos musicais acaba criando novos subtipos de rock, derivados da ideia de alguém que resolveu misturar os elementos da música do momento com o velho, e agora “underground”, rock. É por isso que é muito difícil o rock morrer algum dia.
Vida longa ao rock ‘n roll!
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