Estou aqui novamente a falar de mais uma obra incrível de Agatha Christie (1890–1976), uma escritora britânica aclamada pela crítica e pelo público. Ela se destacou particularmente no subgênero de romance policial e ficou popularmente conhecida, ainda em vida, como a Rainha do Crime, título que permanece até os dias de hoje!
Em Um corpo na biblioteca, publicado em 1942, a autora nos apresenta à detetive amadora Miss Marple. Ela tem a habilidade de saber de tudo o que ocorre em sua aldeia e relacionar tais acontecimentos aos fatos de uma investigação, solucionando os crimes antes mesmo da polícia.
Nessa obra, ela se depara com um caso bem peculiar. Uma jovem é encontrada morta no tapete da biblioteca de sua amiga, a sra. Bantry. O fato de um assassinato tão estranho ocorrer naquela cidade é motivo de alarde. Rapidamente a polícia foi acionada e a investigação os levou a suspeitos intrigantes. Enquanto isso, o corpo de outra jovem é encontrado carbonizado em um carro nas proximidades da investigação, o que nos leva a imaginar: será que os dois casos têm conexão? Em meio a tudo isso, Miss Marple observa detalhes que ninguém mais observa, sem se pronunciar muito sobre eles, e acaba solucionando o mistério quando todos menos esperavam.
Achei Um corpo na biblioteca levemente melhor que o Assassinato no expresso do oriente. Não há muitos diálogos explicativos e Miss Marple é uma pessoa muito misteriosa em si mesma, o que nos leva a pensar em várias possibilidades ao mesmo tempo. A leitura é muito dinâmica e, do meio para o fim, o leitor quer devorar as páginas em uma só vez, pois as coisas ficam cada vez mais nebulosas, até que há uma mudança abrupta e enfim o esperado desfecho, que não foi nada previsível.
O fato de a detetive ser uma mulher que se destaca no meio de tantos homens que subestimam sua capacidade, em um livro escrito nos anos 40, deixa tudo mais interessante. Na verdade, Agatha se mostra atemporal nessa narrativa. Os elementos, como ambiente, figurino e hábitos das pessoas, se misturam muito com os da época e os de hoje. Isso só me deixou querendo ler todas as obras em que Miss Marple aparece. E a escritora faz questão de colocá-la em um patamar intelectual superior ao dos policiais. Ela não participa das investigações de forma direta e, mesmo assim, apenas ouvindo relatos, consegue criar uma solução genial.
O livro é excelente e vale muito a pena. A leitura é rápida e prazerosa e não tem um momento de tédio sequer. Se você é fã de romance policial ou quer começar a ler mais esse gênero, Um corpo na biblioteca é, sem dúvida, uma ótima investida.
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