O drama sul-coreano As Três Irmãs (Little Women) é uma adaptação bem diferentona do romance americano Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, publicado em 1868. Disponível no catálogo da Netflix, o drama acompanha as três irmãs Oh, que são muito unidas e cresceram na extrema pobreza. Contudo, elas são pegas de surpresa quando se encontram no meio de um grande esquema de conspiração envolvendo uma das famílias mais ricas e poderosas da Coreia do Sul.
Eu amo ser surpreendida nas tramas. Comecei a acompanhar As Três Irmãs alguns dias depois de assistir ao filme Adoráveis Mulheres de 2019 e fui pega de surpresa com uma adaptação contemporânea completamente distinta do que imaginava. O enredo é primoroso, entregando complexidade e personagens herméticos, e o trio de protagonistas consegue causar um misto de sentimentos opostos — é impossível não se apaixonar pelas atuações de Kim Go-Eun, Nam Ji-Hyun e Park Ji-Hoo. Com apenas 12 episódios, cheguei a pensar que não daria tempo de desenrolar todos os fios da trama, mas, apesar de os 3 últimos episódios serem bastante rápidos e intensos, o ritmo passou longe de ser afobado.
O drama oferece uma experiência visualmente imersiva e foi lindamente filmado, misturando explosões de cor com a sensação de mistério. Também é carregado de reviravoltas, com conflitos aparentemente banais servindo como pano de fundo para a criatividade do enredo e trazendo naturalidade para os personagens voláteis. E a direção consegue oferecer simbolismo a objetos e metáforas sobre a vida, além de uma representação sórdida da desigualdade social e da luta incessante para se obter poder.
As Três Irmãs é uma história sobre família, irmandade e poder, que se provou tão singular quanto seu material original. Cada episódio contém um aviso constante de que não há atalho para o sucesso. Com uma escrita fabulosa e reviravoltas sinistras, o drama mostra um suspense excepcional liderado por grandes mulheres.
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