Escrito e ilustrado por Koyoharu Gotōge (sendo esse seu principal trabalho), Kimetsu no Yaiba é um mangá e anime. Ainda em andamento, ele começou a ser lançado em 2016 como mangá serializado.
A história se passa no Japão da era Taishō (1912 – 1926), onde um jovem chamado Kamado Tanjirou tem sua família morta por um Oni (criatura da mitologia japonesa, semelhante a um demônio) e sua irmã, única sobrevivente, também acaba se tornando uma Oni. Quando isso acontece, ele conhece uma classe de espadachins caçadores de demônios e começa a se dedicar aos treinamentos para se tornar um lutador e tentar transformar sua irmã em humana novamente.
Um fato que chamou minha atenção durante toda a história, tanto no mangá quanto no anime, foram os diálogos sobre persistência e treinamento, sobre buscar o seu caminho e sempre se tornar mais forte. Essa é uma busca constante dentro da história – não só do protagonista, mas também de todos os personagens, sejam eles caçadores ou demônios. O sentimento puro do protagonista foi o que mais ressoou positivamente em mim, pois, apesar de ter todos os motivos para odiar todos os demônios, ele não os odeia. Ele os trata com respeito e tenta entender o que os levou até aquele momento. Os diálogos que trazem isso à tona são bem simples e emocionantes. Fiquei muito tocado com todos os momentos referentes a isso.
Sobre os aspectos mais técnicos do mangá, particularmente não gosto de lutas em mangá, acho que elas ficam um pouco confusas. Prefiro vê-las no anime. Uma coisa que me incomodou é que a história corre. Os fatos acontecem muito rapidamente e às vezes não têm o correto desenvolvimento que deveriam.
(ALERTA DE SPOILER!)
Um exemplo é o arco da batalha final contra o vilão. Ela segue com um caminho muito rápido entre os subordinados dele, que são derrotados, e a luta final. Outro ponto pouco explorado é a questão das habilidades com as espadas, que não são bem explicadas.
(FIM DO SPOILER)
Aparentemente, o autor da obra parece ter uma paixão por plot twists consecutivos, o que, a meu ver, deixa a narrativa cansativa e num tom constante de “O que vai acontecer magicamente agora?”. Parece quase um Deus Ex-machina, com soluções mágicas vindas do nada, que pareciam sempre estar ali, mas que nunca foram exibidas. Somos apresentados consecutivamente a alguns vilões que, no início da obra, parecem que vão ser inimigos futuros, porém são todos utilizados em um só ato que representa 35% da história até o momento. Ou seja, temos um arco que poderia ser grande e em um universo aparentemente vasto, com alto potencial para ser explorado, mas não o foi por aparente pressa. Esse recurso faz com que fique a sensação de que alguns momentos poderiam ter sido melhor aproveitados se o desenrolar fosse compassado.
Tanto o mangá quanto o anime Kimetsu no Yaiba me deixaram muito preso e sua história é realmente muito boa, apesar de corrida. Lutas espetaculares associadas com envolvimento emocional, um bom protagonista que se mostra sincero em todo o desenvolver da história. Mas acredito que, apesar de todos os elogios que a obra tem recebido, para uma pessoa que não está habituada a ler mangá essa não seria uma boa obra para começar a leitura desse estilo de quadrinho.
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