Loki sempre foi um dos personagens mais queridos do universo Marvel. Em 2021, Tom Hiddleston finalmente teve a chance de transformar seu inesquecível antagonista em um protagonista de primeira linha, aproveitando muito bem essa chance. A série Loki foi provavelmente a série de maior sucesso lançada até agora no Disney+, expandindo o universo Marvel a lugares que não haviam sido explorados ainda.
A série mostra um Loki diferente do que vimos evoluindo desde o primeiro Thor até sua redenção e falecimento em Vingadores: Guerra Infinita. Aqui, acompanhamos o Loki que fugiu com o tesseract em Vingadores: Ultimato e, portanto, ficou vivo, se tornando assim uma variante. As variantes se originam em um acontecimento que não estava destinado a acontecer na chamada “linha do tempo sagrada”. Loki ficar vivo não era algo que deveria acontecer; sendo assim, o semideus foi preso e levado para sede da AVT (Autoridade de Variância Temporal), que fica localizada em um tempo fora do tempo e em um lugar fora do espaço.
A AVT é basicamente uma agência de controle temporal. Nessa agência, vemos que existe uma linha do tempo única e todo o destino já está traçado para todos os seres no universo. Tudo o que sai do esperado é considerado uma “variante”, um acontecimento ruim e digno de punição por banimento da existência. Aqui Loki faz uma crítica ao controle que um poder maior exerce sobre as pessoas do mundo, querendo de qualquer forma controlar e dizer o que podemos ou não fazer de nossas vidas. A AVT usa a imagem de três guardiões do tempo, com a desculpa de que estes seres anciãos criaram e definiram a linha do tempo milênios atrás — o que desde o início fica claro que é uma história bem mal-contada e que existe algum segredo por trás da grande AVT.
Loki, com toda sua lábia e artimanhas, consegue a “confiança” de um agente da AVT chamado Mobius, interpretado por Owen Wilson. O agente Mobius surpreendentemente pede a ajuda de Loki para interceptar uma variante que está perambulando entre as linhas do tempo e que, para a surpresa de zero pessoas, se trata de uma versão alternativa do próprio príncipe de Asgard. Assim, somos introduzidos ao conceito de multiversos, que podem abrigar diferentes versões de um indivíduo, como a versão em questão, uma Loki feminina chamada Sylvie e interpretada por Sophia Di Martino.
Logo de início, Loki e Sylvie não se dão muito bem. Como se tratam de versões da mesma pessoa, os dois têm inúmeras características parecidas. E, por se tratar do Deus da Trapaça, ambos querem ter vantagens das situações para seus interesses. Mas, ao longo da série, se desenvolve uma relação única de amor e amizade.
A dinâmica estabelecida entre a dupla de Loki é um dos pontos mais altos da série Loki, fazendo com que o público conheça e se aprofunde na história de Sylvie, criando uma empatia pela personagem. À medida que isso acontece, também se começa a gostar ainda mais do Loki que já conhecemos há anos.
A obra traz diversas discussões importantes em suas entrelinhas, como a autoaceitação e a descoberta do seu lugar e objetivos no mundo, além do questionamento sobre como vivemos nossas vidas. Porém, na trama principal, vemos uma aventura entre diversas realidades com muita viagem no tempo e variantes aleatórias do nosso protagonista. Expandindo o Universo Cinematográfico Marvel, a obra também aborda conceitos jamais antes vistos no cinema, como o já citado multiverso, e apresenta grandes e importantes personagens para o futuro do querido e amado UCM.
No final, apesar de alguns episódios que destoam da trama com um ritmo mais lento, Loki termina com saldo positivo dentre as obras baseadas nos quadrinhos da Marvel, sendo lembrada e muito bem aceita entre a grande parte dos fãs. Com uma segunda temporada confirmada e esperada para o ano de 2023, a obra nos deixa com um final caótico de cair o queixo e com uma bela sensação de “quero mais”, que infelizmente vai demorar para ser suprida.
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