A justiça da morte tem a força e a beleza de uma mulher.
Assim como Ismae, Sybella encontrou em Mortain um refúgio, mas isso não significa que ela tenha esquecido seu passado, e muito menos que seu desejo de vingança tenha cessado.
O segundo livro do Clã das Freiras Assassinas é narrado por Sybella, uma jovem freira que, assim como Ismae, foi treinada sobre a arte do Deus da morte. Apesar de terem treinado juntas ainda no convento, elas pouco sabiam sobre o passado uma da outra. Apesar do sucesso de Ismae em sua missão, ainda faltava um longo caminho para que a duquesa estivesse finalmente à salvo. Assim, Sybella também foi enviada em uma missão para ajudar a protegê-la e não perder a Bretanha.
Sybella chegou ao convento de Saint Mortain com marcas que jamais poderia perdoar ou esquecer. Ela viu homens serem mortos por diversão e todo amor que conhecia sempre era acompanhado de segundas intenções, nunca pôde confiar em ninguém além de si. Nos três anos em que esteve no convento, aprendeu sobre todas as possíveis formas de matar um homem, mas isso não significava que tinha superado todos os seus traumas. Apesar de sua estadia no convento ser um refúgio temporário, o preço a ser pago seria muito mais alto do que ela imaginou.
Com a duquesa cada vez mais ameaçada, eram poucas as opções que lhe restavam. Ao sul de seu território os franceses ganhavam terreno aumentando suas invasões e o apoio de D’Albert entre os nobres Bretões só aumentava, poucos eram aqueles que continuavam fiéis à duquesa Anne. Tentando frear o crescimento de D’Albert, a abadessa decidiu enviar uma freira como espiã para sua corte. Foi assim que Sybella voltou para seu inferno pessoal: a corte de seu pai D’Albert.
Inicialmente a missão de Sybella era conseguir o máximo de informações possíveis sobre os planos de D’Albert para que a duquesa estivesse preparada, além de buscar traidores e informantes que estivessem fazendo o mesmo que ela para seu pai. Contudo, depois da última armadilha que quase capturou a duquesa em Nantes, um dos maiores cavaleiros quase foi morto e D’Albert o manteve como refém. Assim, a nova missão de Sybella foi fazer com que ele retornasse para as tropas da duquesa.
Agora possuía algo que nunca tivera antes: fé. Fé em mim mesma, fé em Mortain. Mas, acima de tudo, fé no amor. O ódio não podia ser combatido com ódio. O ódio não podia ser conquistado pelas sombras. Só o amor tinha o poder de vencer os dois.
O primeiro ponto que mais me chamou atenção nesse segundo livro da trilogia foi a diferença — bem considerável — na evolução da história. Em Perdão mortal é mais fácil se conectar com a protagonista, já que o livro começa explicando seu passado e aos poucos a história vai ganhando complexidade conforme a protagonista também é desvendada.
Em Divina vingança, porém, a história já começa intensa e com pouquíssimas informações sobre a protagonista. Só depois da metade do livro que as coisas começam a ser melhor explicadas, e ainda assim muitos pontos só são completamente revelados nos últimos capítulos. Isso faz com que seja um pouco mais difícil de se conectar com Sybella, o que não significa que a história não seja cativante.
Mas as principais e mais marcantes características da obra anterior permanecem nessa continuação, que são: conspirações políticas, traições e um pouco de mistério. Além disso, o livro de Sybella tem um ar mais sombrio, assim como sua personalidade. Um ponto que achei interessante nessa leitura foi como Robin conseguiu trazer o antagonista mais próximo ao leitor sem necessariamente ser um livro narrado por ele. Assim foi possível conhecê-lo melhor, mas pela visão de sua filha — que o odeia tanto quanto a maioria dos personagens.
De forma geral, só tenho elogios a Divina vingança! Mesmo sendo um pouco mais difícil de se conectar com Sybella, a história prende e aguça a curiosidade no decorrer dos capítulos. E apesar de essa resenha falar bastante das protagonistas, todos os personagens que estão ao redor delas são muito interessantes e suas histórias também são desenvolvidas ao longo da trama. Mesmo depois de finalizar dois dos três livros do Clã das Freiras Assassinas, não tenho ideia do que o último irá contar! Isso me faz querer ainda mais terminar o quanto antes.
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