Estamos cada vez mais presos à tecnologia, que está mais e mais rápida, conectando cada vez mais pessoas do mundo todo. É esse contexto que alguns filmes e séries vêm explorando nos últimos anos, criando sátiras e críticas sobre um futuro “distópico” que, na verdade, assemelha-se muito com a nossa realidade, e temos em The One mais uma obra do gênero.
The One é uma série britânica de drama e ficção científica, criada por Howard Overman e lançada em 2021. Baseada no romance homônimo de John Marrs, a produção original Netflix lembra muito um episódio de Black Mirror, “Hang the DJ” (episódio 4 da temporada 4). Isso me faz refletir sobre o senso de inovação dos britânicos. Com 8 episódios de cerca de 40 minutos cada, ela não tem previsão para uma segunda temporada, apesar de ter um final aberto.
Rebecca Webb é uma pesquisadora geneticista que conseguiu desenvolver uma tecnologia capaz de identificar a “alma gêmea” de uma pessoa, utilizando suas informações de DNA para combinar perfeitamente com o DNA de alguém em qualquer lugar do mundo. O grande obstáculo era ter, de forma legal, um gigante banco de dados genéticos para que os matches fossem os melhores possíveis. Rebecca desenvolve, então, a empresa The One, com o objetivo de ajudar as pessoas a encontrarem seu suposto amor verdadeiro, e a quantidade de usuários do serviço vai aumentando cada vez mais. Nos deparamos, assim, com algumas histórias paralelas de relacionamentos construídos e destruídos pela tecnologia. Uma dessas histórias é a da própria Rebecca, que teve um match com alguém que não era quem ela de fato amava. A série nos apresenta, ainda, flashbacks do passado sombrio que ela esconde, que levou à criação da empresa.
O tema da tecnologia é um dos meus favoritos, e aqui ele aparece da perspectiva dos relacionamentos, como no filme Her, com Joaquin Phoenix. Mas ainda senti que não houve muita inovação por parte da Netflix com The One. Talvez porque estamos saturados de produções que tentam nos impressionar com distopia. Dificilmente faço críticas negativas, mas essa série realmente foi um pouco forçada, com qualidade mediana na fotografia e nos diálogos. A Netflix vem nos bombardeando com novas séries de poucos episódios, mas parece estar só buscando audiência, deslizando na qualidade algumas vezes.
Apesar dos defeitos, para quem gosta muito de ficção científica no estilo Black Mirror, vale a pena dar uma chance. The One levanta sim algumas reflexões existenciais importantes, como: o que é o amor; os limites da ambição e fome de poder; e, principalmente, o fato de que não existe a história de alma gêmea — relacionamentos são construídos. Então não foi uma perda de tempo, mas talvez uma produção melhor valorizasse mais o que a série queria nos dizer.
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