Seguindo para o quarto dia de San Diego Comic Con, confira os destaques dos painéis que marcaram presença nesse dia e também o que não foi tão legal.
Destaques:
O painel de Magic: The Gathering foi curto, mas cheio de explicações sobre os próximos produtos e a próxima coleção, Zendikar Rising (Renascer de Zendikar), que será lançada em setembro. Mark Rosewater, gerente de design do jogo, trouxe, inicialmente, um behind the scenes do processo da primeira coleção de Zendikar, um projeto pessoal seu. Desde o início, ele planejou dinâmicas que valorizassem os terrenos, algo que até aquele momento, em quase 15 anos de jogo, não havia sido explorado. Disso nasceu Zendikar, um mundo ameaçado pelos Eldrazi e que tinha um acúmulo de mana. Mark deixou bem claro que sua função era mais em mecânica e não história, e que grandes pontos foram adicionados pela equipe criativa. Renascer de Zendikar trará de volta esses elementos da ideia original, ou seja, será uma coleção voltada para mecânicas de terreno – reforçado pela volta de Omnath, elemental de mana. Ele antecipou que teremos 3 planeswalkers (Nissa, Jace e Nahiri) nessa coleção, entretanto nenhum novo e todos já tiveram mais de 3 cartas. Ele também afirmou que a coleção terá uma mecânica nova e a volta de outras duas, sem avançar. Ele explicou que a Wizards of the Coast não deu autorização para falar muito sobre a nova coleção, por isso não pode ser mais específico. Vale ressaltar que a coleção terá terrenos full art em todos os boosters. E foram liberadas algumas artes.
O principal anúncio do painel foi sobre um novo produto: Set Booster. A ideia por trás desse novo booster foi que o consumidor tivesse uma experiência ainda melhor ao abri-lo. Os desenvolvedores de Magic realizaram uma pesquisa e descobriram que a maioria das pessoas que compram boosters não o fazem para jogar, e sim para colecionar ou ter uma carta específica. E eles perceberam que a emoção de abrir um booster era limitada basicamente ao descobrir que carta Rara/Mítica você conseguiria. Pensando nisso e em uma maior sessão de adrenalina, Mark e sua equipe desenvolveram a timeline para uma experiência ainda maior de abrir um booster. O Set Booster vem com o desenvolvimento de um Storytelling ao comprar o pacote de cartas, e está dividido em 4 capítulos e contendo 12 cartas e 2 produtos relacionados a Magic. Esses capítulos estão divididos em a) Boas-vindas; b) Fogos de Artifício; c) Grande Final; d) Epílogo.
O Capítulo 1, “Boas-vindas”, cobrirá os slots 1 a 8 do booster. O Slot 1 será uma “Art Card”, como já visto em Modern Horizons. A diferença será que, além de 81 possíveis artes, algumas dessas cartas virão com uma assinatura dourada do artista que a fez. O Slot 2 será o do terreno, obrigatoriamente full art por ser de Zendikar, e com a possibilidade de 25% de vir foil. Os Slots de 3 a 8 serão compostos por cartas comuns e incomuns, e é aqui que começa uma mudança importante: essas cartas serão selecionadas por um tema (ou seja, elas se correlacionam por mecânica, cor, tipo, etc) e, além do tema surpresa, a raridade das cartas também é indefinida! Poderão vir todas as 6 cartas comuns, ou todas as 6 incomuns, ou 4 comuns e 2 incomuns, e por aí vai!
O Capítulo 2, “Fogos de Artifício”, cobrirá os Slots 9 a 11. O Slot 9 apresentará uma carta comum ou incomum com arte ou framework modificado. Já os Slots 10 e 11 serão cartas com QUALQUER RARIDADE! Ou seja, você pode ser tanto o sortudo que tem 2 raras ou o azarado das 2 comuns. O Capítulo 3, “Grande Final”, comporá os Slots 12 e 13. O Slot 12 trará a tradicional carta Rara/Mítica, ou seja, assim como um booster comum, você terá certeza que pelo menos uma virá. Já o Slot 13 é o espaço da carta foil, e essa aqui pode ser qualquer carta da coleção. Ou seja, no final do pacote, se você for sortudo, poderá ter 4 cartas raras/míticas na mão, sendo que no booster normal viria previsivelmente 1.
O Capítulo final, “Epílogo”, compõe o Slot 14 e não deixará de ter surpresas. Aqui temos 3 possibilidades. Poderão vir: a) um token; b) uma propaganda; c) uma carta da “Lista”. E que lista seria essa? Uma lista de 300 cartas de toda a história do Magic! Pode ser uma comum, uma incomum e, claro, um mítica rara. Mark adiantou 3 cartas que estão nessa lista: 1) Muscle Sliver / Fractius Musculoso; 2) Cloudgoat Ranger / Patrulheiro de Bode Alado; 3) Pact of Negation / Pacto de Negação (preço médio de R$ 80).
Mark adiantou também para nós que, para ter essa experiência diferenciada, o Set Booster será mais caro que o booster tradicional (a expectativa é que seja US$ 1 a mais). A justificativa é que, mesmo tendo menos cartas, você terá a probabilidade de ter mais cartas raras.
Os painéis alternativos foram muito bons. O primeiro destaque foi o da Dark Horse, com Gerard Way (Umbrella Academy e My Chemical Romance) e Nnedi Okorafor (Binti) falando sobre o processo criativo de suas histórias e como surgiram para os quadrinhos. Falaram da importância de editoras que dão liberdade para novos escritores e abertura de temas. Outro ponto importantíssimo foram os painéis From Wakanda to Numbani, Writing the Next Generation of Heroes (“De Wakanda a Numbani, escrevendo a próxima geração de heróis”) e Diversity and Comics: Why Inclusion and Visibility Matter (“Diversidade e quadrinhos: por que inclusão e visibilidade importam”). O primeiro explicitando ainda mais temas do afrofuturismo e do sucesso e valor que essas novas histórias têm gerado no mercado consumidor ainda mais plural e na sociedade, dando espaço para ainda mais vozes negras na cultura pop. Já o segundo tocou no ponto mais amplo do espaço das minorias dentro dos produtos de entretenimento, pois, como são produtos de massa, o alcance deles trazem mais informação e alertam para as questões humanas. Reforçando que a arte e a produtos de cultura pop são importantes meios para a superação de déficit de direitos da nossa sociedade.
A nova série da HBO Lovecraft Country (Território Lovecraft) teve um painel exclusivo, com o elenco comentando a produção. A sessão foi iniciada com o trailer mais recente, liberado ontem no canal da HBO no Youtube, e foi seguida de um debate sobre a importância de falarmos sobre o racismo que estrutura profundamente a sociedade dos EUA (e do Ocidente como um todo). Os convidados também comentaram sobre como era reconfortante ter atores no elenco que conseguiam apoiá-los durante a produção, pois os temas abordados geraram muitos gatilhos e o apoio dos colegas foi fundamental para conseguirem seguir as gravações. O painel foi encerrado com uma prévia, um sneak peek, da série, em que os protagonistas investigam inscrições, passagens secretas e mistérios das profundezas.
Não empolgou:
O painel de Os Simpsons foi um papo engraçadinho entre seus produtores, desenhistas e roteiristas. Discutiu-se sobre as dificuldades do home office em uma produção cultural, especialmente em um programa que vai para o mundo inteiro. A temporada 32 foi toda produzida remotamente, e discutiram sobre a diferença da energia de se trabalhar junto vs. o conforto de casa. Entretanto, não trouxe nada de novo sobre a série, sendo mais um bate-papo gravado no Zoom para fãs.
O painel de Bill and Ted Face The Music contou com o elenco e o diretor para falar sobre o backstage. Foi divertidinho, mas era uma situação para quem já é fã da franquia. Pelo comentado, o pessoal teve uma grande integração durante as gravações e o choque geracional dos atores gerou algumas situações engraçadas no set de filmagem.
Escrito pelos Puxers Rob Teles e Guigovsky.
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