Depois de muita espera foi lançado, no dia 25 de agosto de 2017, Death Note, produção da Netflix que adapta o mangá e anime de grande sucesso mundial.
Começamos com o personagem principal, o Light Turner. Light é um estudante do ensino médio que se vê inconformado com as injustiças do mundo. Valentões cometendo bullying, criminosos que não são presos, etc. Até então bem parecido com o anime/mangá, porém sem a genialidade e calculismo do Light Yagami que conhecemos.
Temos a introdução do Death Note, que cai do céu ao lado de Light. Aqui o filme se mostra melhor que o original, pois o livro tem um design mais sombrio. A diferença está na quantidade de regras que é maior, ampliando as possibilidades de uso.
Ryuk finalmente aparece para Light e o incentiva a escrever o primeiro nome. É uma boa cena, mostrando bem a influência do caderno na situação que leva até a morte da vítima. Existe um grande plano sequência mostrando toda sucessão de eventos até o momento fatal. O filme não fica resumido a mortes por ataque cardíaco, já que no anime/mangá a maioria das mortes são por ataques cardíacos. Turner explora bem todas as possibilidades.
A relação entre Light e Ryuk não é bem mostrada, com as aparições do Shinigami sendo bem pontuais e sem se envolver muito nos acontecimentos. Vale mencionar que a aparência do Ryuk é bem interessante quando ele está nas sombras. Quando mostra com mais iluminação, percebe-se que o desenho e CGI do Shinigami deixou muito a desejar, sendo salvo pela voz e interpretação de Willen Dafoe.
Essa falta de calculismo e genialidade de Light fica nítida quando ele fica andando com o Death Note pela escola à vista de todos. É nesse descuido que Mia, uma líder de torcida, se aproxima dele e, ao puxar conversa, vê o caderno e pergunta o que é. Light, do nada e sem conhecer bem a garota, revela tudo sobre o caderno e, sem mais nem menos, os dois começam a namorar. Aqui meio que há uma inversão de personalidade, com Mia sendo mais calculista querendo dominar o mundo como uma divindade e Light mais ingênuo, sendo enganado por ela várias vezes na tentativa de matá-lo e tomar o controle do Death Note.
L, o grande detetive internacional, é introduzido na estória para capturar Kira/Light e trazê-lo à justiça. A personagem mantém as características do original (afetado, viciado em doces e sentando estranho), mas não tão zeloso pela sua identidade. Ele continua com seu protetor Watari, que aqui é seu nome verdadeiro e não um pseudônimo.
O embate entre L e Light deixa de ser mental e investigativo para se tornar uma perseguição direta, já que L descobre a verdadeira identidade de Kira, simplesmente porque Light não mata o pai quando ele aparece na TV desafiando-o. L confronta Turner com a descoberta e o mesmo praticamente assume que ele realmente é o Kira.
A Netflix não é tão bem conhecida na produção de filmes como na produção de séries. Death Note não foge a essa regra. Todo o atrativo do original, o jogo psicológico entre L e Light, se perde aqui. O filme só usa como base os nomes dos personagens e toda a mitologia do caderno, mas segue por um caminho bem diferente. Além da duração curta que faz com que as coisas aconteçam de maneira atropelada, esse é apenas um filme de perseguição policial no estilo de outros filmes do gênero. O que faz com que o anime seja reassistido várias vezes é esquecido.
Ainda bem que sempre teremos o original para apreciar.
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