Depois de 4 anos desenvolvendo uma narrativa, o jogo Magic: The Gathering (MTG) concebe um livro com a epítome do desenvolvimento de lutas e disputas pela segurança do Multiverso. MTG é o jogo de cartas colecionáveis mais antigo no mercado e que não apenas é uma fonte de diversão para os jogadores, mas também um meio engajador para que os consumidores participem da história, sabendo que suas batalhas também têm efeito no universo. Pois os jogadores são também os protagonistas, não os Planeswalkers, poderosos magos que podem atravessar diversos mundos e que lutam pelo poder no Multiverso.
War of the Spark: Ravnica é o romance recém-lançado juntamente com a mais atual coleção do jogo. Ambos descrevem a batalha final entre os Gatewatches- conjunto de Planeswalkers defensores do Multiverso- contra o principal vilão do jogo, o dragão ancião Nicol Bolas. Em época de Vingadores: Ultimato, War of the Spark é o equivalente para o MTG, em que um conjunto de heróis tentam lutar e destruir os planos de conquista de um vilão megalomaníaco com sonho de retornar sua divindade. A diferença é que vingadores faz jus a sua construção e seus personagens, War of the Spark não.
War of the Spark te joga inicialmente na mente de Teyo Varada, um novo Planeswalker que servirá como orelha para os novos leitores. O problema é que o livro é esquizofrênico nesse quesito. Ao mesmo tempo que põe um personagem “virgem” no multiverso para ir guiando os novatos no “lore” de MTG, dando uma introdução por capítulo do cenário em que será passada a guerra, o livro joga, de maneira súbita, confrontos acumulados dos últimos 7 anos da história em pequenas linhas. Para quem lê pela primeira vez, é confuso e vago. Para quem já leu, é apenas redundante e, o pior, conflitante com a bagagem dos personagens.
Nisso, War of the Spark perde a possibilidade de ser o melhor evento de MTG da última década. Em uma história que, literalmente, se baseia em uma batalha de menos de um dia, o resumo do fluxo do livro é plano-porrada-plano – porrada-fim. Não tem uma grande evolução de conflito, temos personagens poderosíssimos e talvez os mais inteligentes do multiverso com frases riquíssimas como “Sim”, “Isso”, “vamos nessa”- para entendedores, essas são as falas de Teferi e Karn, sim, TEFERI E KARN!
O único personagem que de fato tem um arco é o Dack Fayden. Conhecido como o maior ladrão do multiverso, a transformação de um ser egoísta para uma redenção é maravilhosa e bem trabalhada. Em um momento ele pode se safar e busca se sacrificar por todos. Sua morte é cantada dois capítulos antes de quando ocorre e, mesmo que não tenha sido digna em relação ao seu arco, é satisfatória tendo o conceito de guerra e que nem todas as mortes são brilhantes.
Retirando Dack, todos os 36 personagens citados têm pouco ou quase nenhuma real adição na história. Resumem-se os capítulos em pensamentos que servem como recontos de histórias anteriores e um corre-corre do ponto A para o ponto B. Até a tentativa de romance entre os personagens é triste e dolorosa. Quando não ocorre do nada algum clima sem contexto, somos brindados com o diálogo “maravilhoso” de Jace e Vraska sobre quase matar uma ex e terminar com um beijo.
War of the Spark é uma tentativa de Vingadores com a pressa de um Liga da Justiça. É um livro que não sabe o que é. Não serve como uma introdução para o universo, não é um fim decente para uma história trabalhada por anos e é muito apressada para uma obra de mais de 300 páginas. São muitos bons personagens pouco explorados, lutas jogadas fora, além de momentos esperados sem ter nenhuma descrição, desperdiçadas nessa coleção- vide a batalha particular de Nahili e Sorin. Para piorar a esquizofrenia, o livro começa como a continuação de um livro que será a prequência – ainda não confirmada antes do lançamento-, que só sairá meses depois. Ou seja, quem não tem a expertise da lore, somos jogados dentro de um ponto X que não é explicado para ninguém, sendo o fato da morte de um Dragão ser uma solução e ninguém saber como ocorreu. Enfim, o melhor de War of the Spark é que existem vários resumos no YouTube de no máximo 25 minutos com toda história.
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