Há um tempo, eu gostava de refletir quanto de livros de autoria feminina eu lia durante um ano, o que me fez começar a ler muitos livros escritos por mulheres. Depois, passei a refletir sobre o quanto de livros de autoria negra eu lia, e isso tem sido um exercício durante as minhas escolhas literárias. E descobri muitos livros ótimos nesse exercício, desde romances até livros de não-ficção. Então eu trouxe aqui três dos melhores que li.
A lista segue da seguinte forma: começamos por um que está mais para não-ficção do que para ficção, passando por um que tem um pouco de romance e bastante de lutas raciais e, por último, chegamos a um romance bem doce.
1. Becos da memória, de Conceição Evaristo
Esse é um livro que mistura ficção com memórias. O segundo romance publicado pela Evaristo nos conduz por uma comunidade favelada que se encontra em processo de desfavelamento, com uma linguagem regada de poesia, que é característica da autora. Temos o protagonismo feminino como o fio condutor dessa história, cabendo a ela o símbolo de resistência à discriminação e à pobreza.
2. O ódio que você semeia, de Angie Thomas
Livro bem popular, principalmente depois que virou filme, e uma leitura que vale muito a pena. É bem fácil comparar e entender um pouco mais a história desse livro depois de ver todo o movimento Black Lives Matter, que ganhou força em 2020, já que é muito parecido com o caso do George Floyd: um homem negro que foi assassinado por um policial. Ele tem uma linguagem bem simples por ser narrado pela amiga que presenciou toda a ação, mas isso não o deixa mais fácil de ser lido, pois em alguns momentos a leitura se torna densa.
3. Teoricamente princesa, de Alyssa Cole
Aqui o romance é o assunto principal, mas a autora traz muitas questões sobre como a nossa sociedade, com o seu racismo estrutural incrustado, vê uma mulher negra, principalmente se ela se coloca em um lugar onde não se acredita que ela possa estar. Cole põe isso de uma forma simples, dentro de uma narrativa simples e uma linguagem bem fácil. Gosto de como ela não precisa sempre lembrar que os personagens principais são negros, mas que as questões raciais precisam ser postas. Cheio de cultura e empoderamento, foi um dos melhores romances que já li na vida (e eu já li muito romance).
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