Heartstopper é uma webcomic e graphic novel LGBT+ criada pela inglesa Alice Oseman. Desde 2016, a autora e ilustradora compartilha a história de forma independente aos poucos na plataforma Tapas e, desde 2017, os volumes vêm sendo compilados e publicados em formato físico.
Oseman tem 25 anos e assinou seu primeiro contrato para publicação aos 17. Heartstopper é seu único quadrinho, mas ela também publicou três romances que fizeram sucesso entre o público e a crítica: Solitaire, de 2014 (no Brasil: Um ano solitário, Rocco, trad. Carolina Caires Coelho), Radio Silence, de 2016 (no Brasil: Rádio silêncio, Rocco, trad. Carolina Caires Coelho), e I Was Born For This, de 2018 (ainda sem publicação no Brasil). Tanto o quadrinho quanto os romances são jovem adulto contemporâneos que se passam no Reino Unido. Existe bastante diversidade entre os personagens e, às vezes, eles aparecem em mais de uma das histórias.
Dito isso, em Heartstopper conhecemos Charlie, um garoto tímido e ansioso que estuda em uma escola só para garotos. Enquanto tenta se libertar de um relacionamento (talvez seja mais fácil definir como um rolo que como um relacionamento, na verdade) tóxico, Charlie conhece Nick, sua nova dupla na aula. Nick faz parte do time de rúgbi e é um ano mais velho, popular e muito, muito atencioso.
Os dois passam a ser melhores amigos e as coisas parecem se complicar quando Charlie percebe que gosta de Nick de uma forma levemente diferente. Como seu amigo Tao não cansa de dizer, era a receita para se machucar, já que Charlie é abertamente gay (mesmo que o “abertamente” não seja por opção e envolva traumas e bullying) e Nick só gosta de garotas, certo?
Bom, nem o Nick sabe.
O que se segue então é uma história sobre autoconhecimento, amizade, identidade e relacionamentos fofos e saudáveis que vai aquecer seu coração por várias horas. Os personagens principais e secundários são diversos e divertidos, mas, acima de tudo, são reais e quebram alguns dos estereótipos que estamos acostumados a ver por aí.
Quando Nick é uma pessoa atenciosa e carinhosa de modo geral, por exemplo, os personagens não o veem como inferior ou feminino, nem questionam sua orientação sexual — como acontece muito. Quando os personagens comentam que uma amiga “agora se chama Elle e estuda na escola para garotas”, ninguém precisa de justificativas ou detalhes. Quando um dos amigos tem problemas, os outros ouvem, se preocupam e oferecem ajuda. Os relacionamentos com os pais e outros familiares são também saudáveis. Resumindo: é para se sentir bem e ficar com o coração quentinho, como falei antes.
Infelizmente, Heartstopper ainda não foi lançada no Brasil. Ainda é possível ler gratuitamente na internet ou comprar os volumes gringos, mas é preciso ter algum domínio do inglês (ou outro idioma no qual ele já tenha sido lançado!). Por ser um quadrinho e jovem adulto, fica um pouco mais fácil e pode ser até uma forma de treinar o idioma, mas ainda assim é preciso ter algum domínio.
Felizmente… Heartstopper deve virar série de TV, mas também não existe nenhuma previsão de quando seria. Os direitos para a adaptação foram vendidos no ano passado e a autora parece estar trabalhando junto com a equipe para fazer acontecer, o que é um bom sinal.
Atualizando: agora temos notícias concretas! A autora revelou que será a roteirista da série, que será lançada pela Netflix e contará ainda com direção de Euros Lyn (Sherlock, Doctor Who). Até agora, foi confirmada uma temporada de oito episódios.
Também foi confirmado o lançamento do quadrinho no Brasil! A Editora Seguinte vai lançar os volumes 1 e 2 ainda em 2021 e os volumes 3 e 4 em 2022.
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