Antes do Amanhecer (Before Sunrise) é um filme lançado em 1995, dirigido por Richard Linklater e roteirizado por ele e Kim Krizan. O filme faz parte de uma trilogia conhecida como “Trilogia Before” e foi produzido nos EUA e na Áustria.
A história é minimalista, contando como dois jovens se conhecem em um trem em 16 de junho de 1994 e passam um dia juntos. Jesse (Ethan Hawke) e Céline (Julie Delpy) são dois jovens de aproximadamente 25 anos com visões de mundo completamente diferentes. Enquanto ele é mais sonhador e esperançoso, ela é mais cética e tem uma visão mais global/realista do mundo. Eles começam a conversar de uma forma muito simples e despretensiosa e a conversa simplesmente flui.
Depois dessa conexão, eles resolvem passar um dia em Viena juntos. O Jesse tem voo marcado para voltar aos EUA no outro dia e a Céline tem tempo sobrando para voltar a Paris. O motivo de ele estar em Viena não é tão feliz. Ao visitar sua namorada, que estava estudando em Madri, ele percebe que o sentimento dela por ele mudou. Como ele tinha voo de volta marcado para 2 semanas depois do término, decide comprar um passe Eurail.
Antes do Amanhecer me passa uma sensação incrivelmente leve, os diálogos são fluidos e não parece que estamos vendo um filme roteirizado, mas sim realmente um casal que está se conhecendo e conversando; parece que somos uma abelha vendo e ouvindo tudo. Em todos os diálogos existe uma tensão emocional/passional entre duas pessoas que decidem viver um momento que possivelmente marcaria a vida delas para sempre.
A clara liberdade que é transmitida pelo enredo, mostrando duas pessoas em uma cidade diferente em que ninguém os conhece, é sentida durante todo o filme. Eles podem ser quem quiserem, ninguém vai conseguir descobrir se estão mentindo ou escondendo algo; eles não têm medo de ser quem são de verdade e estão conversando com alguém sem nenhuma amarra nem medo de julgamento. Alguns dos diálogos desse filme estão entre os meus preferidos. A cena da cabine de música tem todo meu amor (assistam para saber).
O final de Antes do Amanhecer pode decepcionar um pouco a quem não gosta de finais abertos. Confesso que, da primeira vez, eu fiquei um pouco frustrado, porém entendi o porquê de ele ser assim. Da mesma forma que somos apresentados à liberdade quase onírica de dois jovens se encontrando do nada em um trem em plena Europa dos anos 1990, somos jogados num “e se…” que abre o espaço para debate: “O que você gostaria que tivesse acontecido?” Acho que a resposta de cada pessoa a essa pergunta também revela um pouco de cada um de nós. Seríamos mais como Céline ou como Jesse? Ou um meio-termo?
Também participei de um episódio do podcast Às Quartas Usamos Rosa, onde comentamos a trilogia:
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