Acusadas de conspiração contra o governo federal americano, 7 pessoas encaram um julgamento histórico após uma manifestação pacífica em prol do fim da guerra do Vietnã tomar rumos violentos. O filme Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7) concorreu ao Oscar em 6 categorias (Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante para Sacha Baron Cohen, Melhor Roteiro Original para Aaron Sorkin, Melhor Edição, Melhor Fotografia e Melhor Canção Original para Hear My Voice, de Celeste), mas não levou nenhuma estatueta.
Será que Os 7 de Chicago merecia tudo isso?
O longa conta a história em formatos e linhas temporais diferentes, o que o torna super envolvente e dinâmico. A mistura da linha temporal atual com flashbacks funciona muito bem ao encaixar as cenas de forma coerente e faz com que o filme tenha uma crescente de tensão (e ansiedade, no meu caso) para saber como os fatos narrados realmente aconteceram. Além disso, existe uma mistura de formatos para narrar a história: discussão dos acontecimentos entre os personagens e cenas dos protestos em si, mesclados com a percepção/narração do Abbie Hoffman (um dos 7 réus). Essas cenas foram muito bem montadas e em momento nenhum o filme se torna repetitivo — na verdade, muito pelo contrário!
Além de ter um ritmo assertivo, Os 7 de Chicago ainda conta com um elenco de peso e me chamaram bastante atenção o Sacha Baron Cohen, intérprete do Abbie Hoffman, e o Frank Langella, que vive o Jullius Hoffman. Cohen traz um dos poucos personagens multifacetados com uma incrível naturalidade, mas se destaca talvez mais pelo contexto do que pela atuação em si. Já Langella interpretou um juiz parcial e com uma clara indisponibilidade em conduzir um julgamento de verdade, que me fez exalar ódio toda vez que entrou em cena.
Porém, se por um lado o formato do filme funciona muito bem, por outro, no conteúdo peca por algumas faltas que poderiam tornar a experiência de quem assiste ainda melhor. Um exemplo é a Convenção Democrata, em frente à qual os personagens querem fazer os protestos. Não é bem explicado o que ela é e nem o porquê de ser tão importante, o que me fez ficar boiando um pouco em alguns momentos do filme, visto que está diretamente ligada à motivação dos personagens. Além disso, as personalidades dos protagonistas não são tão bem trabalhadas, fazendo com que nós conheçamos sua ligação com a história, mas não muito sobre suas vidas. Portanto, apesar de todo o contexto eu não consegui me envolver com os 7 julgados.
Por fim, Os 7 de Chicago vale tantas indicações a Oscars? É inegável que esse é um filmaço, além de trazer um tema bastante discutido atualmente e um elenco brilhante que com certeza catapultou seu favoritismo (vale ressaltar que esses pontos não diminuem nem um pouco a qualidade e o mérito do filme). Adorei Os 7 de Chicago, mas para mim já era esperado que não fosse o favorito para vencer as estatuetas.
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