Quatro anos depois do sucesso global que foi Pantera Negra, chega aos cinemas Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, que tem como difícil missão repetir o suceso de seu antecessor e ainda superar uma tragédia. Chadwick Boseman, que interpretou o príncipe T’Challa nos cinemas, infelizmente nos deixou precocemente em decorrência de um câncer.
O filme começa com uma emocionante homenagem a esse ator que vai deixar muita saudade no Universo Cinematográfico Marvel. No entanto, apesar do peso que Wakanda Para Sempre tem em carregar o legado de um personagem sem o ator que o trouxe à vida originalmente, a obra não se resume a isso. O tom mais sóbrio continua durante toda sua duração, mas nunca sendo pesado ou maçante.
A trama gira em torno da guerra entre duas nações que têm acesso ao metal mais poderoso da terra, o Vibranium. De um lado, conhecemos a misteriosa Talokan, um país submerso onde todos os seus habitantes têm habilidades sobre-humanas e a capacidade de viver normalmente embaixo d’água. Do outro lado temos a já conhecida Wakanda, com sua beleza única e tecnologia excepcional. Podemos perceber várias semelhanças entre as duas nações, que, mesmo sendo rivais ao longo da trama, compartilham do mesmo passado e do mesmo presente, com nações poderosas tentando tomar o Vibranium de ambas as fontes.
Um dos destaques de Wakanda Para Sempre fica por conta de seu antagonista. O rei de Talokan, Namor, nasceu com algumas diferenças do resto de seu povo, o que faz com que os outros o cultuem como um deus. O ator mexicano Tenoch Huerta traz à tela um Namor muito diferente dos quadrinhos e com muito mais complexidade. Além de trazer elementos já conhecidos da origem do personagem nas HQs, o Namor do UCM traz seu próprio significado e ligações com a cultura maia antiga. O personagem tem várias camadas, não podendo ser taxado simplesmente como vilão ou herói, a exemplo do que aconteceu com Killmonger em Pantera Negra. Namor traz uma nova classe de personagem para o universo e com certeza será muito importante daqui para a frente.
Por parte de Wakanda, o destaque fica para as protagonistas femininas. Sem a presença de um Pantera Negra no início, a trama é guiada por três mulheres fortes, poderosas e com muita presença em tela. A rainha Ramonda de Angela Bassett tem todo o destaque que foi deixado de lado no filme anterior e se mostra uma personagem sábia, nobre e imponente. A general Okoye sobe de patamar aqui, se tornando personagem principal na trama de ação do longa. As cenas com as Dora Milaje são nada menos que excelentes, carregadas por atrizes como Michaela Coel, Florence Kasumba e a própria Okoye de Danai Gurira. Também não podemos deixar de falar de Shuri, a irmã mais nova do Rei T’challa. Apesar das polêmicas envolvendo o nome de Letitia Wright, que se declarou antivacina, a atriz carrega bem o filme, trazendo uma Shuri mais madura e que claramente tem um processo interessante a cumprir ao longo da trama, sendo obrigada a ir para a batalha e se tornar a protagonista de um difícil projeto.
Wakanda Para Sempre também apresentou outra nova personagem para o Universo Cinematográfico Marvel: a Coração de Ferro de Dominique Thorne. A personagem, que ganhará uma série própria no ano que vem, serve como motor para fazer a trama andar e nada muito além disso. Como todo o núcleo dos Estados Unidos no filme, ela fica um pouco solta e perdida, mas é uma personagem carismática que certamente fará sucesso com o lançamento de seu projeto solo.
Os visuais são lindos e emocionantes. A câmera lenta é usada de maneira primordial e sempre em momentos específicos para nos impactar de alguma forma. Seja com emoção ou com ação, o filme sempre tenta mostrar o máximo do que está em cena. A trilha sonora é um show à parte, ou melhor, a falta dela. Em Wakanda Para Sempre, o silêncio é usado como trilha em diversas ocasiões, para nos trazer exatamente a emoção que os personagens estão sentindo e o peso do momento.
Ao final, apesar de uma conclusão um tanto corrida e simples, Wakanda Para Sempre deixa um sorriso no rosto e faz jus ao seu antecessor de 2018. A fase quatro da Marvel foi fechada com o seu melhor filme.
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