Bradley Cooper interpreta Eddie Morra, um escritor com bloqueio criativo, à beira da falência e com um relacionamento amoroso recém-acabado com Lindy (Abbie Cornish). Entretanto, ao vagar pelas ruas sem perspectivas de melhora, surge um ex-cunhado que lhe apresenta um comprimido como a solução para todos os seus problemas, NZT-48. Mesmo um pouco relutante (muito pouco, na verdade) o protagonista ingere a pílula e, dentro de poucos instantes, passa a enxergar o mundo de uma forma completamente diferente, pois agora ele consegue utilizar 100% do potencial do cérebro humano, se tornando mais focado, criativo e ousado. Porém, o que ele não esperava era que esse comprimido milagroso trazia junto consigo diversos efeitos colaterais, que nem mesmo um homem com um QI de 4 dígitos seria capaz de prever.
Baseado livro The Dark Fields de Alan Glynn (ainda sem tradução para o português), o filme retrata o American Way of Life na ascensão do estilo de vida de Eddie, que deixou de ser um antigo escritor falido para se tornar um fenômeno no mercado financeiro, porém de uma forma pouco explorada na grande tela, pois não deixa de bater na mesma tecla, quando a inteligência de Eddie atrai a atenção de antigos e novos inimigos, comprovando que a pílula resolveu todos os seus antigos problemas, mas trouxe outros ainda piores.
Sobre as atuações, todas são muito boas, com destaque para Robert De Niro e Andrew Howard, que cumpriram muito bem os seus papeis como antagonistas do longa. Já em relação aos efeitos visuais, todos foram muito bem colocados, representando, hora os momentos de apatia de Eddie, hora a iluminação trazida pelo NZT. Além disso, não poderia deixar de falar da trilha sonora, que trouxe um instrumental bem composto por Paul Leonard-Morgan, e que nos imerge na história, sem falar da banda The Black Keys, que gerou mais empolgação ao filme com a sua Howlin’ for You.
Em relação ao roteiro, achei bem feito também, apesar de alguns mistérios que cercam o personagem de Tomas Arana (homem que persegue Eddie ao longo da trama) e de algumas soluções bem fora da realidade (até mesmo para esse filme), como nas últimas cenas, mas que não interferem na experiência proporcionada.
Um dos diferenciais aqui é que o mesmo não pretende trazer uma mensagem moral no final, diferente do que se espera, mas levanta um debate sobre se o personagem realmente mudou sob os efeitos do NZT ou se o que ele fazia era realmente a externalização das suas vontades, mesmo durante os apagões que sofria. Porém, se prestarmos mais atenção, o final pode trazer algumas dicas para responder essas e outras questões, especialmente a última cena.
O filme ilustra muito bem a lógica de mercado em que: quanto maiores os ganhos esperados, maiores os riscos. Lógica essa que também foi apresentada na série homônima e que continua os acontecimentos do longa, mas que, apesar dos bons níveis de qualidade, foi cancelada após a primeira temporada.
Tanto o filme como a série (que executa bem a sua proposta), valem a pena serem assistidos e estão disponíveis na Netflix.
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