Disponível na Star+, Depois daquela montanha retrata os momentos de pânico enfrentados por Alex (Kate Winslet) e Ben (Idris Elba) após o avião onde estavam sofrer um acidente no meio de montanhas nevosas. Assisti ao filme sem ler a sinopse ou ver o trailer. Pelo título e começo, aparentava ser algo relacionado a aventura ou suspense, mas fui surpreendido com uma inusitada história de amor.
A história dos dois se cruza no aeroporto, quando o voo que pegariam para Baltimore se atrasa. Alex, com casamento marcado para aquele mesmo dia, não podia se atrasar para o dia tão esperado, assim como Ben, que era neurocirurgião e estava com uma cirurgia importante marcada. Dessa forma, em busca de uma solução para chegar a tempo, os dois acabam percebendo que estavam com o mesmo problema e indo para o mesmo destino, quando surge a ideia de realizar um voo particular com um monomotor. Ambos aceitam, dada a pressa que tinham, e dividem os custos desse táxi aéreo.
Tragicamente, as coisas não saem como o esperado nos ares: o piloto sofre um ataque cardíaco e acaba acontecendo um acidente no qual o avião perde o controle e colide em uma região montanhosa e bastante fria. O filme não dá pistas claras do que acontecerá e dá margem para que o público vá criando teorias do que poderia acontecer a partir de então.
Os dois acabam sobrevivendo à queda, mas, isolados e sem possibilidade de contatos, passam a lutar contra o frio e fome para conseguirem retornar aos seus lares. Com pouca comida e água, e animais perigosos na região, a dupla vai se virando com o pouco que tinha no avião, e com alguns animais que caçavam. É durante essa batalha para sobreviverem que o amor dos dois começa a aflorar. Ben em grande parte do filme cuida da Alex, que, devido aos machucados causados no acidente, não tem sua locomoção normal, e nos pequenos detalhes acontece a química entre os personagens. Há também algumas pitadas de comédia, que vão tornando uma incógnita qual o gênero predominante de Depois daquela montanha.
O que causa uma certa estranheza é que em nenhum momento foram exibidas cenas dos familiares de ambos preocupados ou tentando algum contato para entender o que aconteceu — afinal, o natural seria um noivo que está à espera da sua futura esposa buscar saber o motivo do sumiço. Além disso, o filme também comete alguns outros vacilos, mas que não prejudicam muito o decorrer da história, como: os atores estarem limpos mesmo em tantos dias à deriva, Ben com a barba do mesmo tamanho durante todo o tempo, o cachorro que sobreviveu intacto ao acidente, e em algumas cenas Alex aparece com cicatrizes do acidente e em outras não.
A teimosia de Alex chegou a me causar raiva em certos momentos, visto o estado de condição física em que a mesma estava. Mas foi exatamente isso que fez com que eles não ficassem inertes esperando alguma ajuda milagrosa. A partir de então, a dupla passa a encarar os desafios de descer a montanha e tentar algum tipo de ajuda na cidade mais próxima. Diferentemente dos filmes clássicos de romance, Depois daquela montanha não tem grandes trilhas musicais que marcam a plateia, mas é caracterizado com típicas cenas de cuidado um com outro, troca de olhares, beijos, felicidade ao estarem juntos, dentre outros.
Depois daquela montanha é um filme tranquilo, sem grandes atuações, mas com um enredo bem construído e que tende a manter o público que gosta de romance ou dos atores atento até os desfechos finais. Como falei aqui no começo, apesar de exibir a tentativa de sobrevivência dos atores, ele passa longe de ser encaixado como uma grande aventura ou história de sobrevivência, mas sim como um romance inesperado e muito meloso em certos momentos. Depois que assisti, descobri que tem um livro retratando toda a história, mas não tive a oportunidade de ler ainda — boatos de que o filme foge um pouco da história do livro, mas aí já é um papo para outra opinião sincera.
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