Um dos lançamentos mais aguardados pelo público brasileiro de 20 poucos anos foi FATE: A Saga Winx. O live action é inspirado no desenho O Clube das Winx, que em meados dos anos 2000 foi bastante conhecido nacionalmente graças a sua exibição no SBT. Sempre que aparecem propostas de remakes ou novas produções inspiradas em anteriores muito amadas, correm grandes riscos de duras críticas.
Logo nos primeiros minutos da série já é notória a grande diferença quando comparamos com o desenho. Por isso, se você está ansioso para assistir FATE: A Saga Winx imaginando que irá reviver antigas emoções, com a sensação quentinha no coração de voltar a um lugar conhecido e continuar o amando… precisamos alinhar expectativas. A produção do live action se inspirou claramente em O Clube das Winx, mas também teve liberdade para fazer mudanças que acreditavam ser interessantes para a trama, o que gerou um tom mais sombrio, misterioso e um toque de leve terror para a produção como um todo. Lembra a série The Vampire Diaries, o que faz sentido já que Brian Young foi produtor executivo e roteirista em TVD e é showrunner da adaptação FATE: A Saga Winx.
Na série, a história começa com Bloom chegando em seu primeiro dia de aula na escola Alfea, convidada pela diretora Dowling, que pouco antes soube do grave acidente provocado pela falta de conhecimento e controle de Bloom sobre seus poderes. Como seus pais são humanos, eles acreditam que a filha irá estudar em um internato na Suíça.
Em Alfea existem dois tipos de treinamentos, para fadas e especialistas. Dentro do universo de Winx, fadas podem ser homens ou mulheres que possuem poderes mágicos ligados a um elemento entre água, fogo, terra, luz, mente e ar; já os especialistas não possuem nenhum poder, mas são treinados como militares para em conjunto proteger o “Outro Mundo”.
Nessa primeira temporada a trama gira em torno de dois principais arcos: o retorno dos ataques de queimados e o passado de Bloom. Depois de um longo período sem ataques de criaturas chamadas “queimados”, se acreditava que eles não existiam mais, até que novos ataques inexplicáveis retornaram ao redor de Alfea colocando todos em alerta. Em paralelo, Bloom percebe que, além de aprender mais sobre magia e como controlá-la, a escola parece ter respostas sobre o seu passado, o que explicaria como ela pode ser uma fada filha de pais humanos. Durante sua busca por respostas, Bloom começa a se aproximar das fadas Aisha, Terra, Musa e Stella.
Durante os seis episódios, a história circula ao redor de Bloom. O excesso de concentração na protagonista faz com que ela fique chata e os demais personagens mal trabalhados ou completamente apagados, como é o caso de Aisha. A fada ligada ao elemento água, apesar de ter uma personalidade interessante, sempre aparece apenas como “suporte” para salvar Bloom das merdas que faz. Já Terra e Musa têm um pouco mais de história, mas, ainda assim, muito pouco foi explorado. Dentre as quatro, Stella é a que mais ganha algum destaque, pois ela vive um triângulo amoroso que também envolve Bloom e Sky (seu ex-namorado), e sua mãe é a rainha de Solaria.
Existem diferenças bem claras em relação à história do desenho em comparação com a série. Contudo, as mudanças fazem sentido, já que a adaptação busca agradar os fãs em outra fase. Para isso, a produção amadureceu os personagens e seus relacionamentos, o que gerou um tom mais sombrio e misterioso tanto na cenografia e trilha sonora quanto na história dos personagens. A amizade entre Bloom, Stella, Aisha, Terra e Musa progride lentamente, e aos poucos elas aprendem a confiar umas nas outras. Além disso, mesmo que isso seja um pouco mal trabalhado, a série deixa claro que todos os personagens estão “quebrados” e seu passado precisa ser processado, o que dá muito pano para manga em uma próxima temporada.
Particularmente queria mais dessa primeira temporada, acredito que a escolha da história girar tanto ao redor apenas de Bloom ficou cansativo. Principalmente porque é nítido que existe muito mais a ser explorado, tanto nos personagens quanto no próprio universo do “Outro Mundo”. Talvez, pelo número reduzido de episódios na temporada, a produção tenha feito essa escolha, mesmo que significasse perder em outros personagens.
Mesmo com um roteiro com falhas, a história progride bem e os episódios não se tornam cansativos. Além disso, os efeitos especiais são bons, assim como a trilha sonora e a cenografia, o que dá um belo upgrade. As atuações de Eve Best (Diretora Dowling) e Eliot Salt (Terra) se destacam, mas de forma geral todos são bons atores e a gente “compra” os personagens.
Mesmo não sendo o que esperava, ainda assim FATE: A Saga Winx é uma boa série. O final dessa primeira temporada é surpreendente e deixa muitos pontos a serem abordados no futuro!
PS: Por que todo esse alvoroço por Sky quanto existe Sam?
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