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Em 1993, Steven Spielberg trouxe ao público o fascínio pelos dinossauros com o filme Jurassic Park. E agora chegou aos cinemas a última parte dessa saga. Jurassic World: Domínio traz novamente Chris Pratt, Bryce Dallas Howard nos papéis de Owen Grady e Claire Dearing. Para fechar com chave de ouro, também temos de volta Sam Neil, Laura Dern e Jeff Goldblum, que revivem seus nostálgicos personagens da trilogia original. Será que apostar na nostalgia foi suficiente para sustentar esse filme?
Após o fiasco no parque Jurassic World na Ilha Nublar e os dinossauros quase serem extintos pela segunda vez, essas criaturas entraram no ecossistema atual e vivem em aparente harmonia com os humanos. Como não poderia ser diferente em um filme da franquia, há uma grande corporação que se aproveita dos genes desses animais para seus interesses escusos — a BioSyn. Depois de causarem um desastre ecológico com gafanhotos gigantes criados com DNA dos dinossauros, eles vão atrás da menina Maisie Lockwood, pois seu DNA, modificado para não desenvolver uma grave doença hereditária, pode ser a resposta para erradicar esses gafanhotos.
Apesar de sempre ser fascinante revisitar essa franquia, o filme deixa um gosto amargo na boca dos fãs. Os produtores tinham um grande material nas mãos: os dinossauros convivendo com os humanos nas grandes cidades. Isso não é explorado. Em vez disso, o roteiro aposta em um filme de perseguição internacional bem ao estilo Velozes e Furiosos, em uma trama mais simplória, e os dinossauros são usados como arma para ajudar contrabandistas. Poderiam mostrar mais dos problemas que esses seres estariam causando nos grandes centros urbanos e desenvolver uma trama a partir disso.
O retorno dos personagens antigos também fica subaproveitado. Jeff Goldblum, por exemplo, aparece muito pouco e não acrescenta tanto ao enredo. Os personagens de Laura Dern e Sam Neil ficam reduzidos a dois trapalhões, se esgueirando na BioSyn para conseguir evidências que incriminam a Biosyn na questão dos gafanhotos, tudo isso enquanto Owen e Claire tentam salvar Maisie. É uma trama tão simplória que não sobra muito espaço para os dinossauros. Eles ficam em segundo plano, quase como os zumbis na série The Walking Dead. Só aparecem como ameaça real em uma cena ou outra para dar mais adrenalina e nos lembrar de que é um filme da franquia Jurassic Park.
Por ser um encerramento, eu esperava algo grandioso. O que foi entregue foi uma história simples, sem peso. Saí da sala de cinema sem entender direito qual foi o sentido de toda aquela trama. Não há encerramento de arcos, não há uma definição clara de como ficarão os dinossauros. A sensação é que a história não foi a lugar algum e os personagens estão no mesmo ponto em que estavam no início.
Jurassic World: Domínio foi uma decepção e não faz jus aos fãs que acompanharam essa história fascinante desde o início. Por estar tão enraizada na cultura pop e trazer tantos sentimentos nostálgicos, principalmente com a trilha sonora de John Williams, a saga Jurassic Park merecia um final melhor.
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