Hohoho, feliz Halloween! Não, eu não errei as datas, mas já já você vai entender tudo. É óbvio que nós do Puxadinho não poderíamos deixar passar em branco essa data tão sinistra e trouxemos um super clássico para vocês.
Produzido por Tim Burton e Denise Di Novi, O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas, de 1993) nos apresenta à Cidade do Halloween, onde todos os eventos e surpresas para a data são minuciosamente planejados. Ela é povoada por toda a sorte de criaturas sinistras, desde bruxas, lobisomens e vampiros a cientistas malucos, pequenos demônios travessos e monstros.
Baseado inicialmente em um poema, neste mundo, cada data comemorativa — Natal, Páscoa, Ação de Graças etc. — possui uma cidade específica cujos habitantes trabalham o ano inteiro para que o evento do próximo ano seja ainda melhor do que o anterior.
Ainda não entendeu a relação com o Natal? Eu explico. Jack Skellington, o rei das abóboras, personagem mais ilustre e influente da cidade, se pega descontente e inconformado com a mesmice da sua vida. Em um de seus passeios com o seu cão-fantasma Zero, ele cai acidentalmente na Cidade do Natal e se depara com um mundo maravilhoso e totalmente diferente do seu.
Ele volta à Cidade do Halloween e pretende aplicar tudo o que viu e aprendeu para poder fazer não o Halloween, mas um Natal diferenciado. É aí que o Papai Noel vira o “Papai Cruel”. A história se desenrola em formato de musical e eu sou completamente apaixonada por trilhas sonoras originais. Danny Elfman fez um trabalho incrível ao compor todas as canções e dar voz ao Jack enquanto ele cantava.
Embora lançado pela Disney, por algum tempo o filme não exibiu a marca, por acreditarem que seria uma obra muito agressiva para crianças menores. Depois, com o sucesso do espantalho e de toda a obra, a Disney passou a exibir orgulhosamente sua marca na abertura do musical. A companhia chegou a propor uma continuação para a história, que foi prontamente recusada por Tim Burton — ainda bem, viu.
Como bom clássico que se tornou, quase todas as canções ganharam versões interpretadas por vozes famosas e sinistras, como Marilyn Manson, Fiona Apple, Amy Lee, Flyleaf, Fall Out Boy etc. O enredo do filme também se tornou referência para a composição de outras músicas, como I Miss You da banda blink-182.
Em relação à história, é interessante ver como nem sempre ser o melhor no que faz, ter fama e sucesso completam uma pessoa — ou um espantalho. Jack era o personagem mais ilustre, admirado e amado por todos, mas não deixava de estar insatisfeito. Outro momento interessante é quando ele tenta mudar a natureza do Natal e a sua própria, o que não dá muito certo. Sally, criada pelo Dr. Finkelstein, um cientista completamente pirado, é a voz da razão na trama e tenta, a todo custo, impedir Jack de continuar com o seu plano.
Embora seja uma animação, não a indicaria para crianças menores porque, além de ser macabro, o musical apresenta uma discussão complexa sobre insatisfação e sobre o papel de alguém no mundo. Eu mesma tive percepções completamente diferentes ao vê-lo com 12 anos e ao revê-lo novamente agora com 24.
A estética do filme dispensa apresentações e reflete claramente que teve dedo do Tim Burton no meio. Ele foi feito com a técnica de animação stop-motion — trabalhoso ou mais. É interessante que, ainda que não tenha olhos, o Rei da Abóbora é bastante expressivo e, para garantir isso, foram criadas nada menos que 400 cabeças para o personagem. Gostei bastante porque é possível se conectar com Jack, mas ele não deixa de ser assustador quando precisa.
Para quem quer uma boa sugestão para passar o tempo neste Halloween, O Estranho Mundo de Jack, com pouco mais de 1h de duração, é uma ótima pedida!
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