Como não há nenhum conteúdo sobre o cinema indiano disponível aqui neste site maravilhoso, cabe a mim mesma apresentar a vocês esse tesouro que é a indústria cinematográfica indiana – E vou começar com o pé direito. O filme indiano Jagame Thandiram (O Gângster Nômade, em português) foi lançado dublado no catálogo da nossa Netflix em junho de 2021. São 2 horas e 38 minutos de duração, que é um tempo relativamente normal para quem já está acostumado com as produções indianas, mas pode assustar um pouco os que não conhecem.
Na trama embarcamos na história de Suruli, um gângster bastante carismático de Tâmil Nadu, no sul da Índia, que acaba por ser recrutado para ajudar um chefão do crime da Inglaterra a derrubar o seu rival. Só eu que acho essa sinopse difícil de entender?
O elenco é maravilhoso, incluindo o estrangeiro, que costuma deixar a desejar nos filmes indianos. Mas aqui temos o ator britânico James Cosmo, que fez até uma participação na série Game of Thrones. James arrasa na atuação, eu sentia um misto de asco e atração pelo seu personagem (A voz rouca desse homem era de arrepiar até dos cílios). Mas é claro que não posso deixar de falar do nosso ator principal, Dhanush. O homem faz o que ele sabe fazer de melhor; dar um show de entretenimento e completamente despreocupado. Afinal, convenhamos que quem já conhece o trabalho do ator sabe que ele não fugiu muito dos padrões nesse personagem. Entretanto, o homem brilha e concede ao público ocidental cenas de ação bem no estilo Hollywoodiano, sem aquele nonsense todo pelo qual os filmes indianos são tão conhecidos.
Mas nem tudo são flores nessa vida. O Gângster Nômade nos apresenta um protagonista que coube certinho na caixinha anti-herói/vilão, mas quando quis mudar o jogo, o roteiro parece que se esqueceu de como era a personalidade de Suruli e não convenceu. O personagem principal foi transformado num herói, o motivo para essa virada no personagem me pareceu raso demais. Me sentir um pouco desapontada, pois era o grande plot twist do filme que tinha servido tudo, boas cenas de ação, um bom elenco e musicais viciantes, mas na hora da crítica social/política para finalizar em seu grande momento, o filme fez essa besteira.
Eu gostei de O Gângster Nômade gostei mesmo. A fotografia é densa, com paleta de cores fria, destacando muito a excentricidade de Suruli, que era o único personagem que brincava com as cores em seus figurinos. Apesar das cenas de ação bem frenéticas e cômicas e bom roteiro, poderia ter sido muito melhor sim. Tinha muito potencial e sinceramente não entendi o que deu errado. Porém ainda indico o filme para começarem a conhecer o cinema indiano.
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