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Após duas grandes temporadas de The Mandalorian e uma questionável primeira temporada de O livro de Boba Fett, finalmente chegou ao Disney+ a série mais aguardada por este fã de Star Wars que vos escreve. Obi-Wan Kenobi é uma minissérie de seis episódios que busca preencher lacunas relativas ao exílio do mestre Jedi em Tatooine, deixadas após o Episódio III. Dirigida por Deborah Chow, a minissérie traz de volta Ewan McGregor e Hayden Christensen na pele dos icônicos personagens Obi-Wan e Anakin Skywalker.
Obi-Wan Kenobi vive em Tatooine como um açougueiro enquanto tenta manter uma vida discreta, desconectado da Força, ao mesmo tempo em que cuida do pequeno Luke Skywalker à distância. Mas toda essa tranquilidade está prestes a acabar. Ao receber um pedido de ajuda de um velho amigo da época da República, Bail Organa, Obi-Wan se vê obrigado a sair do exílio e, literalmente, desenterrar o seu sabre de luz. A princesa Leia foi sequestrada e só ele pode trazê-la de volta em segurança para Alderaan.
A trama da minissérie se passa entre os episódios III e IV, então sabemos que Obi-Wan está vivo e bem no futuro. E, como ele está em exílio, a princípio parece bastante plausível que seja necessário tirá-lo de Tatooine para poder desenvolver uma história com o personagem. Mas utilizar o sequestro da Leia como fio condutor da trama parece bastante preguiçoso e demonstra um certo medo de arriscar, se apoiando em figuras já consagradas da franquia para prender o espectador. Mesmo assim é algo que dá para passar e, inicialmente, há uma esperança de crescimento da história e expectativa para ver onde esse enredo vai levar.
Os episódios avançam e fica cada vez mais claro que o escopo é aquele mesmo do início: uma simples jornada para resgatar a princesa. Tudo na série é muito contido. Não há apresentação de novos personagens ou novos conflitos e, quando se tenta desenvolver algo mais profundo, é bem superficial e logo esquecido. O sentimento de urgência é quase inexistente. A narrativa e as cenas não são construídas de uma forma que a gente se preocupe com os personagens. O próprio sequestro da Leia é resolvido em 2 episódios e o resto é preenchido com jornadas e personagens paralelos, que pouco agregam, para render os seis episódios.
Mesmo com uma trama bem simplória e um escopo de produção muito abaixo dos filmes e até da própria The Mandalorian, que também é para TV, os fanservices conseguem segurar. Ver McGregor e Christensen de volta a esse universo é incrível. Fica uma ressalva apenas para a atuação de McGregor. Diferentemente de atores que após vários anos voltam ao personagem como se nunca tivessem parado de interpretá-lo, como Michael C. Hall fez com Dexter, ele parece estar no modo automático e não consegue se encontrar no personagem. O jeito que ele se coloca em cena não passa tanto a emoção que deveria passar. Já Christensen entrega sua melhor performance na pele do Sith Darth Vader, se redimindo por todas as críticas que recebeu nos filmes anteriores.
Como grande fã de Star Wars e tendo Obi-Wan e Anakin Skywalker como personagens preferidos da franquia, foi muito bom poder vê-los novamente em cena. Mas após o grande trabalho feito em The Mandalorian, encerro Obi-Wan Kenobi com a impressão de que poderia ser melhor. O mestre Jedi merecia mais. Que essa série sirva como exemplo do que não fazer para que os projetos vindouros para o Disney+ sejam melhores. Talvez seja melhor deixar o universo televisivo da franquia com Jon Favreau e Dave Filoni, que conhecem esse universo como ninguém e provaram isso repetidas vezes.
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