Grandes comédias românticas são famosas por serem atemporais e trazerem à tona um sentimento de nostalgia do público. Ao revisitar esses filmes na forma de versões, é possível agregar novas emoções a algo já conhecido e aperfeiçoar essas histórias, tornando-as cada vez melhores. Depois da versão de Quatro Casamentos e Um Funeral de Mindy Kaling (2019), que empresta apenas o nome e a ideia central do filme britânico de 1994, chegou a vez de a comediante Rose Matafeo ter sua própria série.
Em sua segunda temporada pela BBC One e disponível no Brasil pelo streaming HBO Max, Starstruck (2021) busca inspiração em Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) para contar a história de Jessie (a própria Rose), uma moça comum que trabalha como lanterninha em um cinema, e Tom (Nikesh Patel), um ator semi-famoso de filmes de ação. Os dois se conhecem na noite de ano novo e a partir dali iniciam um relacionamento cambaleante e, justamente por isso, intrigante. Rose assina o roteiro junto à amiga Alice Snedden, que interpreta uma conhecida de Jessie. Nic Sampson se junta ao time de roteiristas na segunda temporada, também integrando parte do elenco.
A mistura do humor neozelandês de Matafeo e o britânico de Snedden em Starstruck traz frescor e um novo olhar para Notting Hill, assim como a aparência comum de Jessie. É possível acreditar que uma celebridade sensível como Tom poderia se apaixonar por alguém tão anônima quanto Jessie, assim como entendemos todas as inseguranças e reservas por parte dela. Nikesh Patel, o Hugh Grant dos millennials, sabe fazer o tipo bobo apaixonado que comete erros, além de estar muito bem junto a sua coprotagonista.
O ritmo da série é inspirado um pouco demais nas comédias românticas britânicas, apresentando algumas longas cenas que pouco têm a ver com a história e que se arrastam mais do que o necessário, atrapalhando levemente o desenvolvimento geral. O vai e vem de Jessie e Tom, tanto na primeira quanto na segunda temporada, acaba tornando o desenrolar da trama um tanto cansativa, mesmo fazendo sentido dentro dos episódios. Nada disso tira o brilho de Starstruck, que usa os clichês do gênero a seu favor e os renova ao ter seus dois protagonistas como minorias inseridas em suas realidades.
Se a primeira temporada focou em mostrar a vida da mocinha e como Tom se encaixa — perfeitamente — nela, a segunda faz o caminho oposto e apresenta a vida íntima dele, e como Jessie se sente totalmente alienada ali. Mas falta o principal: como os tabloides e os fãs reagiriam a esse relacionamento. É esperado que a terceira temporada nos diga, mesmo que não se faça realmente necessária. As temporadas já existentes foram executadas, se não a perfeição, com um tom único que coloca Starstruck em um patamar acima da própria comédia romântica na qual foi inspirada, atualizando o romance da celebridade que se apaixona por um anônimo de forma inovadora.
Mais sobre SÉRIES
Puxadinho Cast #110 | One Piece (Netflix)
A Netflix finalmente lançou a adaptação em live action de One Piece. Em meio a desconfianças, a série conseguiu superar …
Puxadinho Cast #108 | BBN Especial: Indicados Emmy 2023
Neste Beyblade News especial, nós comentamos os indicados do Emmy 2023 e quais são nossas expectativas para essa premiação. Dá …