Temam a noite quando os esquecidos
erguem o véu da morte e os mares secam
e os mortos se erguem
e Eu, Acererak O Eterno,
ceifo o mundo dos vivos.
Para aqueles que ousam entrar, estejam avisados…
Atenção: o texto terá muitos spoilers desta aventura. Caso seja jogador de uma mesa que ainda está jogando Tumba da Aniquilação, recomendo não ler.
Escrita para a Quinta Edição de Dungeons and Dragons (abreviarei para D&D 5e), a Tumba da Aniquilação (ToA) é uma aventura feita para grupos de quatro a seis aventureiros entre os níveis 1 e 12. Lançada pela Wizards of the Coast em novembro de 2017, a história gira em torno de uma terrível maldição que toma o mundo: magias de trazer os mortos de volta à vida estão falhando e todos aqueles que foram agraciados com a vida novamente estão definhando lentamente. Cabe aos Personagens de Jogadores (PdJ) investigar a fonte desta que foi conhecida como A Maldição da Morte, que está localizada na densa selva tropical da Península de Chult.
Marcada por uma dificuldade mais alta que a encontrada em outras aventuras para o D&D 5e, Tumba da Aniquilação se inicia com os jogadores sendo contratados por uma misteriosa senhora acometida pela Maldição e, a partir disso, seguem para a mercante cidade de Porto Nyanzaru. De lá, os PdJ deverão enfrentar os imensos perigos que existem na selva (como mortos-vivos, dinossauros, piratas, yuan-tis e outros) enquanto tentam localizar a mítica Cidade Perdida de Omu, fonte do terrível Coletor de Almas, um artefato atroz criado pelo lich Acererak numa tentativa de ressuscitar um deus perdido no tempo.
Como já deu para entender, a aventura é ambientada majoritariamente na Selva de Chult, mas também se passa nas ruínas da antiga civilização omuana, que foi decaindo após ser abandonada pelo seu antigo Deus Ubtao, corrompida pelos Deuses Trapaceiros e, por fim, escravizada/morta por Acererak. Ela também pode ter muitos momentos em alto-mar, enfrentando monstros marítimos e piratas. Desta forma, Tumba da Aniquilação apresenta muitas referências a histórias clássicas de aventura, como Indiana Jones e Ilha do Tesouro, mas sua maior inspiração vem da própria franquia Dungeons and Dragons: a aventura Tumba dos Horrores, escrita pelo lendário Gary Gygax, pai do D&D.
Comecei a mestrar essa aventura com 6 jogadores em maio de 2020. No momento em que estou escrevendo este texto, minha mesa já está quase batendo um ano de jogo e só agora estamos no final, próximos a batalha decisiva. Ela é uma aventura relativamente longa, principalmente por ter um componente de exploração muito forte. Os jogadores vagaram pela Selva sem saber onde está localizada a fonte da maldição e tinham que descobrir isso enquanto se embrenharam pela mata. Como falei, é uma aventura com um grau relativamente alto de dificuldade e isso refletiu no estado que o grupo se encontra: seis PdJ morreram no caminho e teme-se que outros morram antes de finalizarmos a campanha. Caso achem que ela ainda é fácil, o livro traz uma proposta de uma regra opcional de dificuldade que aumenta a chamada Meatgrinder (moedor de carne), onde a morte se torna algo muito mais fácil de atingir.
Após um ano mestrando Tumba da Aniquilação, cheguei a uma conclusão: a ideia da aventura é muito boa, e tivemos encontros durante a mesa que eu e os demais jogadores lembraremos por muito tempo, entretanto é uma aventura monótona. A maioria esmagadora da aventura é ambientada num mesmo cenário e isso vai saturando rapidamente, deixando enjoativo. Outro aspecto, e esse eu julgo o maior defeito, é que a aventura é extremamente punitiva com os erros dos jogadores. Não me leve a mal, o problema não é a dificuldade em si (sou jogador de Dark Souls, dificuldade nunca é ruim), mas a falta de recompensa por superar essas adversidades. É claro que esses problemas são facilmente superados, afinal a aventura pode ser alterada sem problema nenhum pelo Mestre (eu fiz várias para deixar ela mais justa).
Aos Mestres que estão interessados em adquirir a aventura, ela está disponível no site da Amazon em inglês. A Galápagos Jogos, detentora da tradução em português do D&D 5e, anunciou em 2020 um lançamento traduzido da aventura para este ano (2021), entretanto ainda não temos notícias da publicação.
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