Não tem como falar da segunda temporada sem dar alguns spoilers da primeira. Então, só leia se já viu a temporada anterior ou se você não se importa com isso. É por sua conta e risco.
Essa temporada tem tudo para ser melhor que a primeira: novos personagens, novos ambientes e mais emoções extremas. A narrativa permanece a em primeira pessoa, o elemento mais interessante da série e que foi um dos motivos de seu sucesso.
Após o final trágico da 1ª temporada, Joe (Penn Badgley) deixa Nova York e se muda para Los Angeles e tenta começar uma nova vida. Diante das atrocidades que cometeu, ele decide não mais se apaixonar, tentando reprimir seu instinto de stalker romântico e de superprotetor de crianças. Até que conhece Love (Victoria Pedretti), que tem um nome peculiar e bem sugestivo.
Alguns momentos iniciais parecem até um déjà-vu. Ele começa a persegui-la e fantasiar, como fazia com Beck. Em paralelo, um de seus novos vizinhos é justamente uma criança negligenciada, a Ellie (Jenna Ortega), e logo ele sente a necessidade de protegê-la. Foi uma jogada da produção que nos fez pensar que seria mais do mesmo.
Joe tenta evitar todos esses instintos, como se, por um momento, tomasse consciência de seus problemas e de que o que fez foi errado, assombrado pelo fantasma de Beck. Mas uma série de fatores, que o roteiro faz parecer coincidência, faz ele se envolver cada vez mais com Love e Ellie. Então a série começa a tomar caminhos diferentes.
Na 1ª temporada os protagonistas eram apenas Joe e Beck e havia poucos personagens secundários envolvidos. Já a 2ª tem mais destaques. Além de Love, uma garota com personalidade forte, complexa, viúva, com um estilo de vida alternativo e filha de uma família rica, entram em cena: seu irmão gêmeo, Forty (James Scully), um cineasta sem talento e mimado; Candace (Ambyr Childers), a ex de Joe que parecia estar morta até o fim da temporada anterior; a jovem Ellie e sua irmã Delilah (Carmela Zumbado), uma jornalista obstinada e interessada pela vida dos famosos. Em meio a tantos personagens bem construídos, Joe não é o único problemático e complexo.
Esse é um dos motivos que faz desta temporada de Você melhor que a primeira. São vários personagens novos, cada um com sua personalidade e com sentimentos bem aprofundados, e todos acabam se envolvendo na vida do problemático Joe. Todas as histórias e caminhos convergem nele.
O roteiro, mais uma vez, brinca com nossa percepção de bem e mal; amar ou odiar o Joe. Dessa vez, além de toda manipulação e perseguição, que são mais intensos nessa temporada, o passo de Joe é revelado e se torna mais um plano narrativo. Um passado de abusos envolvendo sua mãe começa a aparecer em forma de flashbacks e isso poderia justificar sua personalidade e sua obsessão em proteger quem ama.
A temporada inicia com Candace perseguindo Joe e tentando expô-lo. Essa breve inversão dos papéis, a riqueza de personagens e acontecimentos e uma mega reviravolta no final da série fazem desta temporada, a meu ver, muito mais emocionante e intrigante que a primeira.
O ritmo é o mesmo: começa apresentando o Joe, aos poucos vai introduzindo os novos personagens e novas possibilidades e depois fica intenso e rápido, com muito suspense, nos intrigando gradualmente.
O final deixou um ótimo gancho para uma continuação, que poderá levar a série a outro nível. E a Netflix já renovou Você oficialmente a 3ª temporada, que também terá 10 episódios. Vale muito a pena assistir. Já estou ansiosa para a próxima temporada.
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