Sempre que se fala sobre ler clássicos, um pé automaticamente dá um passo para trás. Isso acontece porque crescemos numa cultura de achar que livros clássicos são chatos e cansativos. A escola nos fez pensar assim. Leituras obrigatórias e outros fatores nos fazem ter concepções erradas de livros que são clássicos por um bom motivo.
Por isso, se você morre de vontade de começar a ler mais clássicos, mas não sabe por onde começar, vou indicar três livros que fazem parte do cânone literário e são uma delícia de ler.
1. O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald
Com uma história de amor trágica que se mistura ao Sonho Americano, O Grande Gatsby foi lançado em 1925 e é um dos livros mais emblemáticos do século XX. Com um narrador nem um pouco confiável, somos envolvidos em uma trama amorosa que nos leva a perceber a superficialidade de uma sociedade que se considera além das mesquinharias e ilusões. Jay Gatsby é tão envolvente, com suas festas grandiosas e seu jeito manso de falar, que nem nos questionamos se tudo o que ele faz é correto ou não.
É invariavelmente entristecedor observar por meio de novos olhos coisas com as quais você já havia gastado sua própria energia de adaptação.
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2. Jane Eyre, de Charlotte Brontë
Nesse romance de formação, acompanhamos quem dá nome à obra. Jane é uma protagonista que desafia os padrões a todo momento, questiona o seu papel enquanto mulher e as regras as quais deve seguir. Por tudo isso, é vista pela família como uma rebelde. Sua vida é sempre estar em movimento, não se importando muito se disso vai sair algo positivo ou não. Brontë tem uma escrita muito sensível, com toques góticos, que cativa desde o momento em que conhecemos a protagonista e ao longo da obra nos inspira.
Eu não sou um pássaro e não fui presa em uma armadilha. Sou um ser humano livre com a minha vontade independente.
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3. Persuasão, de Jane Austen
É quase impossível falar de clássicos e não falar de Austen. Esse foi o último livro completo escrito por ela, então temos um romance mais maduro. Isso se reflete muito na sua personagem principal, Anne, que foi persuadida a não se casar com sua paixão de quando era jovem, mas o reencontrou quando já era uma mulher mais velha. Para quem gosta de Orgulho e Preconceito, recomendo demais, porque temos a boa fofoca de época, que Austen sempre nos proporciona nas suas obras, mas também temos um romance forte e boas críticas à sociedade da época, bem ao estilo austeniano. Apesar de ser uma obra menos elaborada e mais curta, é bastante original, quase como uma homenagem às mulheres que perderam suas primeiras chances mas não desistiram.
Mas odeio ouvi-lo falar como um cavalheiro delicado e como se todas as mulheres fossem delicadas, e não seres racionais. Nenhuma de nós espera navegar por águas calmas a vida inteira.
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