Parece que foi um dia desses, mas já faz seis anos desde que Frozen: Uma Aventura Congelante chegou aos cinemas, em 2014. A expectativa para Frozen II era muito grande devido ao imenso sucesso do primeiro filme. Anna e Elsa foram estampadas em todos os itens como cadernos, mochilas, roupas e sapatos e até hoje a música “Livre Estou” (“Let It Go”, em inglês) não sai da boca do povo. E eles conseguiram. A sequência é um belíssimo trabalho que manteve o caráter de originalidade da proposta do primeiro e foi ainda mais longe.
Diferente do que geralmente ocorre em continuações, Frozen II não é uma nova história que tem a primeira como ponto de partida. Ele retoma o primeiro filme e propõe uma investigação profunda do passado respondendo a todos os questionamentos e lacunas deixadas em aberto. Ele mergulha, ainda, na magia e nas lendas.
O filme começa com Elsa e Anna brincando quando eram crianças, juntamente com seus pais. O primeiro longa não explorou muito esses personagens e suas mortes em um naufrágio foi apenas uma passagem. Agora, a sequência vai a fundo naqueles acontecimentos.
De volta ao presente, as irmãs vivem felizes em Arendelle com Olaf, Kristoff e Sven e seu reino é próspero. Todos superaram os acontecimentos com Elsa e não a temem mais, mas ela mostra sempre um olhar preocupado, como se não estivesse totalmente em paz com seus poderes e o medo de machucar as pessoas ao seu redor. Até que começa a escutar um canto misterioso, o qual ela acredita ser um chamado, e se joga em uma aventura com seus amigos em busca desse som enquanto ela aprende mais sobre seus poderes, sua origem e o passado.
O tema que inunda toda a trama de Frozen II é amadurecimento, deixando bem claro que todos os personagens se encontram em uma nova fase de suas vidas. O filme é majoritariamente dramático e carregado de emoções e mensagens. Olaf é quem carrega mais essa carga. Ele continua fofo e engraçado, mas agora ele faz recorrentes devaneios questionando a existência e os efeitos do tempo e as transformações que ocorrem, o que leva ao amadurecimento. Tem um momento exclusivo para isso, com a música “Com o Tempo” (“When I am Older”, em inglês).
Mas todos os personagens evidenciam essa nova fase. Anna agora está muito preocupada com sua irmã. Ela toma para si a missão de estar com ela o tempo todo e protegê-la, o que acaba limitando um pouco a Elsa, lembrando-nos do primeiro filme. A rainha de Arendelle é quem está em maior conflito, em busca de respostas sobre seus pais e sobre seus poderes. É uma jornada intensa e cheia de emoções. Inclusive muitas lágrimas caem durante a história, uma coisa diferente para animações do gênero.
Mesclando com o presente, o passado sempre aparece. Tem uma cena em que o Olaf canta uma música e faz uma revisão dos principais acontecimentos do primeiro filme. E isso foi uma boa jogada. Além de nos ajudar a lembrar o que aconteceu, ele traz à tona essas lacunas e as vai preenchendo.
Outra coisa que se destaca é a união do grupo, que está muito forte. No primeiro filme o amor entre as irmãs foi a maior inovação da Disney, que sempre traz princesas apaixonadas por príncipes. No segundo filme vemos o amor entre amigos em evidência (Olaf e Anna, Kristoff e Sven), e o próprio amor entre Kristoff e Anna. Com certeza mais uma bela mensagem para a criançada, afinal, ainda é uma obra voltada ao público infantil. Mas não deixa de abarcar todas as idades.
Mesmo diante de tanto drama, o filme ainda traz boas cenas de comédia. Olaf, como sempre, é o personagem mais engraçado e fofo de forma bem natural. Mesmo em seus momentos reflexivos ele é cômico. Mas quem trouxe a cena mais engraçada foi Kristoff e sua música “Não Sei Onde Estou” (“Lost in the Woods”). Não vou dar spoiler, você saberá de que cena estou falando quando assistir. Ela é muito engraçada porque é estranha e até bizarra. Ela destoa completamente do ritmo do filme. E isso não foi ruim; tornou-se um alívio em meio a tanta tensão.
Sim, o filme está cheio de músicas, até demais. Esse foi o único ponto negativo, mas não prejudicou muito. São muitas músicas, elas são muito longas e com letras complexas, sem nenhum potencial para se tornar uma música chiclete como “Livre Estou” (“Let it Go”) e “Você Quer Brincar Na Neve” (“Do You Want To Build A Snowman?”), nem mesmo a música principal “Minha Intuição” (“Into the Unknown”, do Panic! At The Disco). Eu esperava outras músicas de grande sucesso como no primeiro. Por isso 4, 5 de 5.
A estética é belíssima. Os efeitos do gelo de Elsa estão com um azul um pouco neon, mais vivo, com muitas formas diferentes. As cores da cidade e das roupas também se destacam.
Vale muito a pena ver. Frozen II é mais que uma continuação, é o fechamento de um ciclo. Foi muito emocionante e divertido, pretendo assistir várias vezes. Não ficou um ar de continuidade para um terceiro filme, mas o primeiro também não havia deixado, então vamos aguardar.
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