Além do Som (Deaf U) é uma ideia antiga que só em 2019 foi concretizada. Isso porque Nyle DiMarco, produtor executivo da série e também ativista surdo, estudou na Universidade Gallaudet em sua juventude e desde aquela época já imaginava o quanto seria interessante um programa que mostrasse a comunidade surda sem romantização. E, mesmo após tantos anos, essa é uma das características mais marcantes em Além do Som.
São oito episódios com cerca de 20 minutos cada, que apresentam e contam momentos marcantes durante o semestre de cada um dos participantes. Diferentemente de outras séries em que cada episódio é dedicado a uma pessoa, em Além do Som mais de um participante aparece por episódio e muitas vezes suas histórias estão conectadas entre si. Apesar de ser um reality em que todos seus protagonistas são surdos ou deficientes auditivos, as questões abordadas não se limitam a esse tema. Na verdade, a série traz um equilíbrio para envolver o público na comunidade surda, com temas diretamente ligados a ela e assuntos plurais de jovens adultos em geral.
Além do Som deu visibilidade e espaço a uma comunidade esquecida de forma geral pelas produções. Apesar de ainda estarmos longe de produções que verdadeiramente representem a sociedade, algumas séries e filmes vêm se destacando nesse sentido como The 40-year-old Version, The L Word Generation Q, Insecure, Amor no Espectro e tantas outras.
Contudo, a série não me prendeu, mesmo sendo super curta. Particularmente, achei muitas cenas forçadas, tudo acontecia sem contextualização, era como se as informações fossem jogadas ao longo do episódio. Além do foco enorme em sexo, romance e drama, quando era notório que existiam outros assuntos mais interessantes que poderiam estar em foco, mas que por alguma razão a produção ignorou.
Existiram raros momentos em que curti de verdade o reality, mas foram tão pontuais que não neutralizaram os ruins. A sensação, ao finalizar os oito episódios, é que poderia ter sido tão incrível, mas não foi o caso. No final, o que tinha tudo para ser um super marco entre grandes produções que dão protagonismo a uma comunidade que pouco vemos, foi insossa.
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