A troca, um dos mais recentes livros de Beth O’Leary, fala sobre uma decisão ousada entre neta e avó que pode mudar radicalmente suas vidas. Precisando de recomeços, Leena e Eileen colocam a determinação e coragem das Cottons à prova e trocam temporariamente de lugar uma com a outra.
Leena é uma mulher decidida, bem-sucedida profissionalmente, uma daquelas pessoas que, mesmo sendo jovem, parece saber exatamente o que quer. Mas nos últimos meses tem passado por momentos difíceis. Depois que sua irmã mais nova faleceu, tudo parece fora de ordem. Essa perda fez com que boa parte de sua vida saísse do eixo e uma das poucas pessoas que ainda fazem com que ela se sinta bem é sua avó, Eileen.
Eileen é uma avó doce e forte. Depois de anos em um casamento insosso, seu ex-marido pediu o divorcio, mas, mesmo com a separação e a morte recente de sua neta mais jovem, ela se mantém positiva sobre a vida tanto por si quanto por sua filha e neta.
Após uma crise durante uma apresentação profissional muito importante, Leena é afastada do trabalho por dois meses. Sua situação emocional estava insustentável e prejudicando seu desempenho profissional. Sentindo-se ainda mais perdida depois de ser afastada, ela busca o carinho de sua avó para ajudá-la a se reencontrar. Durante uma visita para passar o final de semana com sua avó, Leena percebe que não é apenas ela que precisa de uma mudança e então, intempestivamente, tem a ideia de elas trocarem de vida. A neta precisa se afastar de Londres, do caos e das infinitas dúvidas, enquanto sua avó estava pronta para viver uma aventura e o pacato vilarejo em Yorkshire não parecia propício.
Vó… E se nós trocássemos? — pergunto. — E se eu viesse para cá e tomasse conta de todos os seus projetos, e você ficasse no meu apartamento em Londres, enquanto estou aqui?
Os capítulos do livro são intercalados entre Leena e Eileen, o que traz dinamismo à leitura e também possibilita a conexão com ambas. É muito interessante o contraponto entre os momentos de vida que elas estão passando e a importância de uma na vida da outra. A troca é uma fofura à parte, com uma leitura super fácil e tranquila, mas a história não é óbvia nem tão clichê ao ponto de ser sem graça.
Por mais que sua sinopse seja leve e que de forma geral toda a leitura mantenha essa característica, aos poucos alguns pontos mais densos são explorados, como a morte da irmã mais nova de Leena. Há bastante trauma e dor presentes no processo de luto dela, o que, por exemplo, a impede de se relacionar com sua mãe. Essas nuances são importantes para a evolução das personagens ao longo da leitura e também as fazem mais reais e complexas.
Se está abraçando alguém apertado o suficiente, você pode ser ao mesmo tempo quem oferece o ombro e quem chora.
Outro ponto muito positivo no livro são os personagens secundários: os núcleos criados em Londres e em Yorkshire fazem toda a diferença. Eileen se muda para o apartamento que Leena divide com dois amigos, Fitz e Yas, além de ter o apoio de Bee, melhor amiga de sua neta. Já Leena conta com os amigos da patrulha do bairro de sua avó para se manter ocupada. É óbvio que o choque geracional existe, mas ele aparece de forma positiva e engraçada.
A troca tem tudo para ser uma das leituras preferidas do ano, principalmente se você gosta de comédias românticas. É um desafio não se emocionar e sorrir inúmeras vezes ao longo da leitura. A história é um “a vida como ela é”, só que de uma forma positiva. Mesmo abordando toda a dor do luto e como ele muda as pessoas, ela também fala sobre aproveitar a vida e a liberdade, e principalmente sobre o amor de várias formas.
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